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quarta-feira, janeiro 10, 2007

O dia em que ganhei na sena!


Tomei meu café da manhã e comecei a ler o jornal. Tenho mania de organizar o jornal antes de ler. Descartei os classificados e dei uma rápida olhada no caderno de esportes para checar se tinha alguma notícia da minha prima campeã de vela Roberta ou de sua irmã Andréa. Nada, descartei.

Num rápido flash back meus números da megasena ficaram piscando na minha mente. Peguei de volta a página de esportes e lá estavam meus seis números nos resultados do teste de R$ 50 milhões. Fingi que não era comigo.

Como no jornal que leio a edição dos assinantes é a segunda, imediatamente pensei que poderia ter havido um engano. Calmamente liguei o micro e abri o site da Caixa. Confirmado. Um apostador de Pernambuco tinha ganhado, sozinho, os R$ 50 milhões. Só podia ser eu. Começou a me dar uma sensação de desconforto.

R$ 50 milhões é dinheiro prá cacete, porra! Cadê o bilhete? Meu Deus do céu, cadê o bilhete? Corri para a estante onde sempre deixo jogado o envelope com o jogo. Lá estava ele.

Não posso deixar essa porra jogada aí! Mas, pensei, há quinze anos que jogo os mesmos números na sena e sempre deixei aí os jogos. Nunca sumiram! É mas era só uma aposta, agora é um cheque de R$ 50 milhões! Vou trancar o bilhete na mala que tem segredo. Ai, meu Deus, e se a mala quebrar? Calma, Alfredo. Se a tranca da mala quebrar, arrebente a mala, porra. Não cria problema onde não existe, cacete!

Bom , muito bem, calma. Calma como, se estou com um jogo premiado com R$ 50 milhões?
Respira fundo, Alfredo, sem stress. Ganhei R$ 50 milhões de reais! Respira, calma, tudo bem.

Bom, vamos buscar a grana. Peraí. Como é que eu vou sair de casa com R$ 50 milhões no bolso? Não dá, posso ser assaltado, morrer no trânsito, não dá. Vou ligar para o Valmir, meu amigo, gerente da Caixa.

Para não arriscar, disfarcei: Valmir, um amigo meu parece que ganhou esse puta prêmio da sena, como é que ele faz para receber?

-Fala para ele ir a qualquer agencia da caixa. Lá resolvem tudo.

-Valmir, como que ele vai sair de casa com um bilhete premiado de R$ 50 milhões, você tá louco?

-Alfredo, com um ou com cinqüenta só tem um jeito de receber, ir numa agência da Caixa. Mas se ele está assim tão inseguro, eu passo na casa dele e trago ele para a Caixa.

-Ô Valmir, você tá de sacanagem, né cara? Todos os bandidos de Pernambuco, senão do Brasil, estão de campana nos gerentes da Caixa. Qualquer mudança de rotina e záz, lá se vão os milhões do meu amigo.

-Valmir, me diga uma coisa: não tem um serviço de recebimento de depósito domiciliar como os hospitais? Vocês trazem uma máquina de autenticação, recebem o bilhete e emitem o recibo e pronto, tá resolvido!

-Não, Alfredo, não existe esse serviço! Mas, Alfredo, você tá paranóico, cara! Ele não sai todo dia de casa e não chega nos lugares que tem que ir?

-Como paranóico! Sai todo dia pobre, Valmir! Rico é a primeira vez!

-Mas ninguém vai saber que ele está rico.

-Valmir, você não conhece o meu amigo. Na testa dele deve estar escrito IMBECIL com letras garrafais. Mesmo na praia cheia o primeiro que as ciganas vem querer ler a mão, é ele! O primeiro que quer uma ajudinha vai para ele! Agora quando ele sair vai estar escrito na testa IMBECIL E MILIONÀRIO! Não passa da primeira esquina!

-Valmir, te ligo mais tarde.

Não estou gostando nem um pouco desta enrascada. Prá que eu fui jogar? Se ainda ganhasse R$ 200, 300 mil, vá lá, era um tremendo dinheiro caído do céu, Tava bom! Se perdesse seria uma chateação a mais e pronto, mas perder R$ 50 milhões é dose! Se não te prenderem imediatamente numa camisa de força é suicídio na certa, porra!

Já sei. Vou chamar meus filhos de São Paulo. Afinal a grana vai para eles mesmo, eles que descasquem este abacaxi!

Convidei-os para passar uma semana comigo aqui em Piedade. Disse que era urgente uma conversa. Vieram. Expliquei a enrascada em que eu estava e entreguei o bilhete para eles. Sugeri: doem metade, dêem uma aliviada na vida de amigos e familiares e divirtam-se. Só não esqueçam de mandar uma mesadinha para minha praia e a cervejinha.

Que alívio me deu!

O engraçado é que meus filhos saíram exultantes com o abacaxi nas mãos! Vai entender essa molecada!

2 Comments:

Blogger Clê said...

hahaha! Se eu soubesse dessa iria ao banco resolver tudo pra vc, por um módico percentual, é claro...

Beijos

9:09 AM  
Anonymous Anônimo said...

Pai,
O dinheiro já tá na conta.
Bj
Du

9:00 PM  

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