Domingo
Morando em São Paulo poderia acordar, ir para a academia fazer um exerciciozinho básico ou uma corrida no Ibirapuera, azarar umas “mina”, corpo sarado. De volta para casa um bom café da manhã, jornalzinho e telefonar para os amigos combinando uma exuberante paella no Figueira. À noite ouviria o Yamandu Costa no Auditório Ibirapuera.
Morasse no Rio, de manhã, aquela praia, ondas fortes de água fria e paisagem exuberante. Um peixe assado no vapor do Antiquarius não iria mal no almoço. Dormir cedo para garantir a ida na segunda ao evento Fora da Ordem, que, nada mais carioca, reúne um elenco de grandes músicos para protestar contra a Ordem dos Músicos do Brasil. Nos Arcos da Lapa com Lenine, Paulinho Tapajós, Zélia Duncan, Darcy da Mangueira e uma pá de gente.
Estivesse em Goiás Velho, veja você, em Goiás Velho, banho de rio pela manhã e durante o dia o Festival de Poesia de Goyaz, que recebe poetas de todo o Brasil e homenageia, este ano, o mestre Manoel de Barros.
No intervalo, boas goladas de cerveja e um empadão goiano, prato típico da região.
Em Recife, meu velho, ainda embalado pela graça do show de sábado da Vanessa da Mata curtiria a manhã na praia de Boa Viagem! Um caldinho de feijão, talvez um caranguejo, quem sabe umas ostras e aquela cerveja suando branco! Mais tarde, reunia os amigos e se deliciava com uma levíssima telha de tilápia grelhada à primavera perfumada com licor de banana com gengibre no almoço do Chez Georges.
Mas, não. Teimoso que só, tinha que nascer no Alto da Parida em Brejo do Meio nos cafundós do Brasil! Passou o domingo chorando a morte do filho, matado a bala num acampamento do MST.
Êta dominguinho besta!
1 Comments:
Se a gente pudesse escolher... Eu mesma não estaria onde estou... que nenhum filho morreu matado a bala, que nun sou de lugar nenhum... mas passei o domingo chorando. Teimosa que sou, moro em mim.
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