Ano novo, já?

Amanhã, como todo brasileiro, vou começar a pensar na possibilidade de começar o ano.

Pegou-me desprevenido uma oportunidade de desenvolver um novo negócio, logo agora em plena ressaca do carnaval. Não é direito isso. Afinal o ócio momesco esgota a pessoa.

As oportunidades deveriam respeitar o cidadão de bem e não surpreende-lo assim, sem mais nem menos.

Como o presidente, eu também já pensava na semana santa, o que requer um mínimo de tempo disponível para o planejamento esmerado e competente de não fazer nada, comendo peixe.

Mas, não. Surgem oportunidades.

Outro dia, na minha caminhada matinal pela praia, vi um pescador tirando uma bela pescada de sua tarrafa, atrapalhado, pois não tinha trazido siquer um saco plástico para levar o fruto de sua pescaria: “Pô, vim despreparado e agora me vem essa porra desse peixe!”.

Pois é, minha pescada veio e me pegou despreparado. Não sem razão. Os supermercados já estão lotados de ovos de páscoa dependurados qual bandeiras agitadas num estranho festival me convidando para mais um período de ócio criativo com o De Masi.

Estou pensando seriamente em adiar qualquer decisão. Não é recomendável decidir-se assim de afogadilho. Acaba dando besteira. As decisões têm de ser pensadas, repensadas, amadurecidas. O mundo não foi feito em um dia. Foram seis longos dias para Deus, que é Deus, terminar sua obra. No sétimo dia, descansou. Eu ainda estou no sétimo dia de uma decisão que tomei no ano passado, porra!

Não dá para atropelar o fluxo natural das coisas. Vou fazer o seguinte: mergulho de cabeça no novo projeto assim que o Lula escolher o ministério e começar a trabalhar. Pronto, tá decidido.

Agora vou voltar para minha rede e planejar minha praia da semana santa, que ninguém é de ferro!