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quinta-feira, julho 19, 2007

Pipoca Brasil

Costumo ler as crônicas de Luis Fernando Veríssimo com prazer e admiração. Hoje foi uma exceção.

Discorre sôbre a vaia ao Lula no Maracanã. Recomenda cautela à todos nós para que antes de fazermos coro às vaias olhemos para os lados para ver com quem estamos nos cumpliciando.


No caso, diz ele, estamos “com o que há de mais preconceituoso e reacionário no país o que inibe qualquer crítica ao Lula, mesmo as que ele merece”.

Estou bastante cansado de qualquer crítica ao Lula cair na vala comum do preconceito ou da reação. Os cúmplices de Lula “a qualquer custo” me causam enfado, me enchem o saco!

Desde a histriônica economista e professora Maria da Conceição Tavares que disse que o “governo Lula é um governo de merda, mas é o nosso governo”, até o Veríssimo que está indo na mesma linha.

Não tenho pelo Lula nenhum preconceito, mesmo por que acompanho sua trajetória política há décadas já tendo, portanto, tempo suficiente para ter formado um conceito em relação a ele.

Para provocar Veríssimos, vou relembrar uma passagem acontecida em 1994, quando Lula era candidato a alguma coisa, se não me engano a presidente, e Orestes Quércia afirmou que ele nunca havia dirigido sequer um carrinho de pipoca.

Lula, com uma engraçada presença de espírito, respondeu que também não tinha roubado as pipocas, insinuando o óbvio sobre o caráter de seu oponente.

O problema do Lula é justamente este, é um craque na comunicação e não tem a menor experiência e capacidade para gerenciar nada.

Afirmar isto não é preconceito é reconhecer que lhe falta qualificação e ponto.

Sem considerarmos a inépcia para o trabalho. Desde rapaz Lula se dedicou à política sindical por ser brilhante comunicador e, por entender a índole das pessoas, um ótimo negociador.

Movimentos sindicais, política, discursos, agitações e mesas de bar não são atributos suficientes para um bom gerente, um bom administrador.

O líder político, como o Lula, tem o dom de encontrar e apontar o rumo para conquistas sociais, mas isso não o credencia a gerenciar ações para implementá-las. Definir objetivos, saber cobra-los, nomear corretamente profissionais capacitados para as funções executivas requer conhecimento e prática gerencial. Lula não os tem. Detesta reuniões de trabalho para definir estratégias e táticas de governo. É incapaz de ler um plano de ação e de negócios.

Toca de ouvido. Vive de bostejo até onde a corda agüentar.

É incapaz de nomear um assessor de fora de seu círculo de amizades sem titubear quase indefinidamente. Só conhece a troca política, é incapaz de enxergar um palmo além do papo de botequim da política rasteira do compadrio e da cupinchada. Quando encurralado joga ao fogo seus amigos e assessores para vender aos incautos seu desconhecimento dos fatos mais corriqueiros, mesmo para um chefe de nação africana.

É incapaz de demitir e de tomar posições a respeito de fatos que fragilizam os poderes da República. Seu comportamento é sempre de empurrar com a barriga, com posicionamentos dúbios de apoio “ma non tropo” que possam comprometê-lo no futuro. Para quem quer ver bastam os casos de Renan, do Dirceu, do Palocci, todos amigos desde que afastados o suficiente para não contamina-lo.

O caso da tragédia do avião da TAM, é um exemplo gritante de sua incompetência para o cargo. Não soube identificar o tamanho do problema do caos aéreo, não teve autoridade junto aos responsáveis diretos para cobrar ações, omitiu-se com relação à permanência de seu ministro da Defesa, expondo um senhor provecto de invejável currículo, ao papel de bobo da corte. Bem disse o deputado Raul Jungmann, “um dia o destino comparece”.

Infelizmente o preço foi muito alto!

Voltando à vaca fria, ao comentário do Veríssimo. Outro ponto que os “com - Lula” sempre levantam é de que seus críticos são reacionários.

Que coisa mais antiga e mais inadequada. Reacionário a quê? Classicamente seria ser contrário a mudanças, defender o status quo que privilegiaria as elites, ser contra programas de inserção social, de divisão de renda, de emprego, moradia, escola e saúde dignos. Você reconhece esse discurso em todos os “programas” de partido, desde os sem vergonhas PP, PR, PTB até os bandos do PMDB, de Quércia, do MR8 e de Temer e outras sumidades , PSDB e PT.

Os partidos brasileiros não têm ideologia, tem interesses. Todos refletem com perfeição nosso povo.

Mesmo o PT que todos afirmavam ser o único com ideologia, desde que assumiu o poder em Santo André e outros santos, revelou-se o pior de todos os corruptos, da boquinha e das mordomias.

Reacionário a quê? Ao roubo, às propinas, ao aparelhamento do estado, às boiadas dos devassos, reacionário a quê, exatamente?

Voltando à divertida resposta do Lula ao Quércia em 1994, hoje ela não mais teria graça. De lá para cá parece que a única coisa que o Lula aprendeu foi mesmo a roubar as pipocas.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Parabéns pelo comentário. Há muito não leio L.F.V

7:40 PM  

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