Democracia...
No começo deste mês o ministro da Defesa, Nelson Jobim, referindo-se ao lançamento do livro “Direito à Memória e à Verdade”, que reescreve a história oficial sobre presos políticos desaparecidos no regime militar (1964-1985), soprou o clarim e afirmou que quem reagisse ao livro “teria resposta”.
Os três comandantes das Forças Armadas, que não compareceram à cerimônia de lançamento da publicação, no dia seguinte divulgaram nota dizendo ser “inaceitável o cala-boca” de Jobim. Da sombra, quem teve resposta foi o ministro que em tese é o chefe dos comandantes militares.
Mãos no bolso, assobiou e saiu de fininho!
Será que este foi um fato isolado, pontual? Estão os militares quietos em seu canto não interferindo nas políticas de governo e acatando o comando civil da defesa e das instituições?
Jorge Zaverucha, mestre em Ciência Política pela Universidade Hebraica de Jerusalém e doutor pela Universidade de Chicago, coordenador do Núcleo de Instituições Coercitivas da Universidade Federal de Pernambuco, acha que não.
Aliás, cientista não acha, prova. Nossa democracia ainda é, de certa forma, consentida pelos militares, com o conluio das classes dirigentes, que vêm nas forças armadas uma espécie de “hedge” para garantir regras palatáveis de estado, seus privilégios e suas propriedades.
Não é um livro fácil, esse do Zaverucha. Como pesquisador, foi fundo na análise de nossa democracia que define como híbrida ainda repleta de ranços autoritários.
Em assunto tão árido, se por um breve capítulo torna-se cansativo por citações de leis, artigos, parágrafos e notas de rodapés, necessários, diga-se, para fundamentar sua tese, no conjunto é um livro incitante, de ler de um só fôlego.
Para mim, um simples leitor simples, o livro escancarou uma nova abordagem que não me ocorreria, com tanto método, senão por esta ótima leitura.
“FHC, forças armadas e polícia”, de Jorge Zaverucha, editora Record, foi escolhido o melhor livro em língua portuguesa pela Seção - Brasil da Latin American Studies Association (Lasa). O prêmio foi concedido em 6 de setembro passado, na cidade de Montreal (Canadá), durante o 27º Congresso Internacional da Lasa.
Leia e você vai compreender porque, ainda por muito tempo, vamos ter que conviver com uma democracia adjetivada.
Os três comandantes das Forças Armadas, que não compareceram à cerimônia de lançamento da publicação, no dia seguinte divulgaram nota dizendo ser “inaceitável o cala-boca” de Jobim. Da sombra, quem teve resposta foi o ministro que em tese é o chefe dos comandantes militares.
Mãos no bolso, assobiou e saiu de fininho!
Será que este foi um fato isolado, pontual? Estão os militares quietos em seu canto não interferindo nas políticas de governo e acatando o comando civil da defesa e das instituições?
Jorge Zaverucha, mestre em Ciência Política pela Universidade Hebraica de Jerusalém e doutor pela Universidade de Chicago, coordenador do Núcleo de Instituições Coercitivas da Universidade Federal de Pernambuco, acha que não.
Aliás, cientista não acha, prova. Nossa democracia ainda é, de certa forma, consentida pelos militares, com o conluio das classes dirigentes, que vêm nas forças armadas uma espécie de “hedge” para garantir regras palatáveis de estado, seus privilégios e suas propriedades.
Não é um livro fácil, esse do Zaverucha. Como pesquisador, foi fundo na análise de nossa democracia que define como híbrida ainda repleta de ranços autoritários.
Em assunto tão árido, se por um breve capítulo torna-se cansativo por citações de leis, artigos, parágrafos e notas de rodapés, necessários, diga-se, para fundamentar sua tese, no conjunto é um livro incitante, de ler de um só fôlego.
Para mim, um simples leitor simples, o livro escancarou uma nova abordagem que não me ocorreria, com tanto método, senão por esta ótima leitura.
“FHC, forças armadas e polícia”, de Jorge Zaverucha, editora Record, foi escolhido o melhor livro em língua portuguesa pela Seção - Brasil da Latin American Studies Association (Lasa). O prêmio foi concedido em 6 de setembro passado, na cidade de Montreal (Canadá), durante o 27º Congresso Internacional da Lasa.
Leia e você vai compreender porque, ainda por muito tempo, vamos ter que conviver com uma democracia adjetivada.
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