Coisas da noite!
Escreveria hoje mais uma vez sobre nosso grande Alagoas. Contive-me para não ser redundante com o tanto que já escrevi e, principalmente, depois de ler duas crônicas magistrais sobre o assunto. Uma, no jornal Valor de ontem, de Maria Inês Nassif e outra hoje, no Diário de Pernambuco, da Miriam Leitão. Recomendo.
Para minha sorte, enquanto lia a Miriam, chamou minha atenção o jornal NETV da Globo, no começo da tarde. Tenho essa mania. Sou um receptor multimídia. Leio livro, jornal, internet, vejo TV, ouço rádio, normalmente dois ao mesmo tempo. Não recomendo. É um saco. Vira compulsão.
Mas, como dizia, aparece-me em entrevista no NETV o Altemar Dutra Filho que fará um show hoje aqui no Recife. É a cara do pai, a voz do pai, o repertório do pai mas com um gestual mais solto, menos formal.
Lembrou-me imediatamente meus idos e bons tempos de boemia em São Paulo. Tive períodos distintos de boemia. Comecei em casa quando ainda morava com meus pais e aprendia violão com Roberto Ribeiro, que ficou meu amigo inseparável de noitadas. Violonista de primeiríssima, cabelos precocemente grisalhos, voz suave e o maior come quieto que já conheci!
Depois tive um tempo em que freqüentava o Jogral, boate do Luis Carlos Paraná, reduto das melhores canjas dos melhores cantores da música popular da noite paulistana. Sempre às segundas. Foi um período longo e extremamente divertido.
Na época começava a aparecer o Trio Mocotó (na foto), como atração fixa da casa, mais Pedrinho Miguel, Adauto Santos, Vera Regina, Geraldo Cunha, Regional do Evandro, e tantos outros.
Com o passar do tempo diminuí minhas excursões noturnas até ter uma recaída quando comecei a freqüentar a Baiúca, já na Avenida Faria Lima, cujo dono era meu amigo e vizinho, Artur Audrá, vulgo Tutu.
Éramos um trio, Tutu, Arnaldo e eu, e eventualmente um ou outro agregado. Arnaldo era um cirurgião boêmio de carteirinha e excelente cantor. Como o Tutu era gago, o Arnaldo dizia que o verdadeiro apelido dele era Tu, mas como ele não conseguia parar no monossílabo, virou Tutu.
Arnaldo era bom piadista. Um dos agregados eventuais era o Rubinho que tinha o mau hábito de cair em sono profundo na mesa do bar. Normalmente derrubava o copo de uísque que tomava. O Arnaldo não perdeu o mote, passou a chamá-lo de Derrubinho!
Lembrei-me de tudo isso por dois motivos. O primeiro é o óbvio, estou ficando velho e as recordações têm sabor especial, e o segundo por um caso acontecido com o Altemar Dutra, o pai.
Como disse, o Arnaldo era um cantor fantástico. Imitava com perfeição o Altemar. Certa noite, num boteco, lá pelas bocas do luxo na cidade, fomos assistir a um show do cancioneiro.
Altemar cantava andando entre as mesas, hipnotizando a todos com seu vozeirão. Ao notar o Arnaldo em nossa mesa, figura que já conhecia de longa data, veio cantando, tipo distraído, e, quando passou por ele, jogou o microfone em seu colo e ficou de costas para a maioria do público.
Arnaldo, imediatamente, passou a mão no microfone e continuou a cantar como se Altemar fosse. A galera só notou quando o próprio se virou e começou a aplaudir o improvisado cover.
Surpresa e delírio geral! Coisas da noite!
Para minha sorte, enquanto lia a Miriam, chamou minha atenção o jornal NETV da Globo, no começo da tarde. Tenho essa mania. Sou um receptor multimídia. Leio livro, jornal, internet, vejo TV, ouço rádio, normalmente dois ao mesmo tempo. Não recomendo. É um saco. Vira compulsão.
Mas, como dizia, aparece-me em entrevista no NETV o Altemar Dutra Filho que fará um show hoje aqui no Recife. É a cara do pai, a voz do pai, o repertório do pai mas com um gestual mais solto, menos formal.
Lembrou-me imediatamente meus idos e bons tempos de boemia em São Paulo. Tive períodos distintos de boemia. Comecei em casa quando ainda morava com meus pais e aprendia violão com Roberto Ribeiro, que ficou meu amigo inseparável de noitadas. Violonista de primeiríssima, cabelos precocemente grisalhos, voz suave e o maior come quieto que já conheci!
Depois tive um tempo em que freqüentava o Jogral, boate do Luis Carlos Paraná, reduto das melhores canjas dos melhores cantores da música popular da noite paulistana. Sempre às segundas. Foi um período longo e extremamente divertido.
Na época começava a aparecer o Trio Mocotó (na foto), como atração fixa da casa, mais Pedrinho Miguel, Adauto Santos, Vera Regina, Geraldo Cunha, Regional do Evandro, e tantos outros.
Com o passar do tempo diminuí minhas excursões noturnas até ter uma recaída quando comecei a freqüentar a Baiúca, já na Avenida Faria Lima, cujo dono era meu amigo e vizinho, Artur Audrá, vulgo Tutu.
Éramos um trio, Tutu, Arnaldo e eu, e eventualmente um ou outro agregado. Arnaldo era um cirurgião boêmio de carteirinha e excelente cantor. Como o Tutu era gago, o Arnaldo dizia que o verdadeiro apelido dele era Tu, mas como ele não conseguia parar no monossílabo, virou Tutu.
Arnaldo era bom piadista. Um dos agregados eventuais era o Rubinho que tinha o mau hábito de cair em sono profundo na mesa do bar. Normalmente derrubava o copo de uísque que tomava. O Arnaldo não perdeu o mote, passou a chamá-lo de Derrubinho!
Lembrei-me de tudo isso por dois motivos. O primeiro é o óbvio, estou ficando velho e as recordações têm sabor especial, e o segundo por um caso acontecido com o Altemar Dutra, o pai.
Como disse, o Arnaldo era um cantor fantástico. Imitava com perfeição o Altemar. Certa noite, num boteco, lá pelas bocas do luxo na cidade, fomos assistir a um show do cancioneiro.
Altemar cantava andando entre as mesas, hipnotizando a todos com seu vozeirão. Ao notar o Arnaldo em nossa mesa, figura que já conhecia de longa data, veio cantando, tipo distraído, e, quando passou por ele, jogou o microfone em seu colo e ficou de costas para a maioria do público.
Arnaldo, imediatamente, passou a mão no microfone e continuou a cantar como se Altemar fosse. A galera só notou quando o próprio se virou e começou a aplaudir o improvisado cover.
Surpresa e delírio geral! Coisas da noite!
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