Fila preferencial?
Estou tentando me adaptar a tal fila preferencial para gestantes, idosos e decreptos em geral.
Nunca me ocorreu que existissem tais filas. Após ser passado para trás, algumas vezes, por atléticos idosos resolvi reagir e aderi.
Já chego senhor da situação, não dou chance à contestação, me aboleto no cantinho e ataco na primeira vaga que se oferecer.
Noto, lógico, certos olhares de dúvida, outros de pena e alguns murmúrios de muxoxo. Desde que me atendam com presteza não me incomodam à mínima.
Numa dessas ocasiões veio-me a dúvida de para que criaram a tal fila preferencial. Imaginei que fosse para os idosos serem rapidamente atendidos não tendo que ficar de pé esperando, caindo pelas tabelas, amparando-se pelas paredes.
Ilusão! Quanto mais idoso, mais atrapalhado e mais conversador se torna o velhinho e, portanto, mais demorada a fila.
Um simples jogo na sena torna-se um inquérito policial de complexidade extrema. Sim, por que o velhinho, mesmo cansado de saber as respostas, faz questão de perguntar tudo como se jogasse pela primeira vez.
Jamais leva o jogo pronto, dinheiro na mão para um rápido atendimento. Atrapalha-se com uma infinidade de papelinhos que leva junto com apostas passadas, listas de compras, receitas de remédios, recados que se esqueceu de dar, enfim, uma parafernália feita para exasperar o velhinho seguinte da fila.
Sem contar que a atendente confunde atendimento preferencial com atendimento psicológico especial. Não só se predispõe a ouvir horas de papos reprimidos, como estimula o diálogo certa de estar prestando um grande serviço a coletividade longeva.
E os que aguardam começam a reparar que a fila enorme dos jovens anda muito mais depressa que a deles.
Ontem, após várias tentativas de dizer a que veio, o velhinho na minha frente, vendo um cartaz da Lotomania colada no vidro do guichê, perguntou à atendente que jogo era aquele. A senhora não só explicou como informou que o prêmio estava acumulado. Para quê? O idoso ficou indócil e pediu para que repetisse a explicação.
Foi a gota d’água, busquei uma saída honrosa para passar da fila preferencial para a outra dos não preferenciais.
Com cara de paisagem perguntei: qual é mesmo a idade para esta fila? Sessenta anos, respondeu prontamente o velhinho à minha frente. Puxa, me enganei, exclamei! E mais que depressa mudei de fila, envergonhadíssimo pela mentira.
De saída ainda ouvi “e a Timemania como é que é?”
Haja saco!
Nunca me ocorreu que existissem tais filas. Após ser passado para trás, algumas vezes, por atléticos idosos resolvi reagir e aderi.
Já chego senhor da situação, não dou chance à contestação, me aboleto no cantinho e ataco na primeira vaga que se oferecer.
Noto, lógico, certos olhares de dúvida, outros de pena e alguns murmúrios de muxoxo. Desde que me atendam com presteza não me incomodam à mínima.
Numa dessas ocasiões veio-me a dúvida de para que criaram a tal fila preferencial. Imaginei que fosse para os idosos serem rapidamente atendidos não tendo que ficar de pé esperando, caindo pelas tabelas, amparando-se pelas paredes.
Ilusão! Quanto mais idoso, mais atrapalhado e mais conversador se torna o velhinho e, portanto, mais demorada a fila.
Um simples jogo na sena torna-se um inquérito policial de complexidade extrema. Sim, por que o velhinho, mesmo cansado de saber as respostas, faz questão de perguntar tudo como se jogasse pela primeira vez.
Jamais leva o jogo pronto, dinheiro na mão para um rápido atendimento. Atrapalha-se com uma infinidade de papelinhos que leva junto com apostas passadas, listas de compras, receitas de remédios, recados que se esqueceu de dar, enfim, uma parafernália feita para exasperar o velhinho seguinte da fila.
Sem contar que a atendente confunde atendimento preferencial com atendimento psicológico especial. Não só se predispõe a ouvir horas de papos reprimidos, como estimula o diálogo certa de estar prestando um grande serviço a coletividade longeva.
E os que aguardam começam a reparar que a fila enorme dos jovens anda muito mais depressa que a deles.
Ontem, após várias tentativas de dizer a que veio, o velhinho na minha frente, vendo um cartaz da Lotomania colada no vidro do guichê, perguntou à atendente que jogo era aquele. A senhora não só explicou como informou que o prêmio estava acumulado. Para quê? O idoso ficou indócil e pediu para que repetisse a explicação.
Foi a gota d’água, busquei uma saída honrosa para passar da fila preferencial para a outra dos não preferenciais.
Com cara de paisagem perguntei: qual é mesmo a idade para esta fila? Sessenta anos, respondeu prontamente o velhinho à minha frente. Puxa, me enganei, exclamei! E mais que depressa mudei de fila, envergonhadíssimo pela mentira.
De saída ainda ouvi “e a Timemania como é que é?”
Haja saco!
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home