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Local: Varanda em Pernambuco

quinta-feira, julho 02, 2009

Do privado e do público

Acreditem atrás desse muro existe uma mansão. É a beira mar aqui na praia de Piedade e pertence a um grande empresário pernambucano. Chama a atenção pelas dimensões e por ser uma das últimas que não deram lugar a edifícios.

Mas o que me chamou mais a atenção foi a criativa, engenhosa e elegante forma que seu proprietário encontrou para proteger sua casa das marés cheias. Fez esse deck sobre uma estrutura concretada em forma curva que apara o bater das ondas. Fez, óbvio, às suas custas já que protegia o seu patrimônio e sem degradar o ambiente da praia.


Seu vizinho de junto também fez uma espécie de deck para proteção. Os outros optaram por obras de menor custo, grosseiras e paliativas enquanto pressionavam o poder público para que assumisse a responsabilidade pelas obras de proteção de suas propriedades.


Ocorreu-me que mesmo os condomínios a beira mar que deveriam preservar a praia em frente de seus edifícios não optam pela melhor solução. Buscam sempre o menor custo, certamente comparando as obras necessárias com custos como água, luz e esgoto e a taxa de condomínio que invariavelmente acham alta. E a praia que se dane.

Faz sentido já que a maioria dos moradores a beira mar nunca freqüenta suas praias. Para eles o que está fora de seus muros não é problema deles. Alguém que venha cuidar.

Quando o problema engrossa chamam o poder público e aí é que a coisa desanda de vez. Prefeitos não vão perder tempo com pequenas obras, pontuais, bem projetadas. Querem mais é muito caminhão, muita máquina, muita pedra, um bom faturamento para alegria geral. E mais uma vez a praia que se dane.


Voltei ao assunto porque alguns acharam estranho eu defender que os proprietários cuidassem de suas propriedades e não a prefeitura que tem outras prioridades para cuidar.

Fica o exemplo do empresário e sua solução de deck como bom exemplo para preservar a praia de enrocamentos e eliminar qualquer risco às propriedades. Se cada proprietário fizesse sua parte, respeitando a praia, Piedade certamente voltaria a sua beleza original. Bem melhor que essa muralha de pedras que se tornará.

Em tempo: a mansão está à venda.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Encontrei por acaso seu blog. Já vi do alto esta visão de três terrenos estreitos, cortados por duas ruas e que não se prestam para construir edifício de grande altura. Tive a oportunidade de me encontrar com o prefeito Elias e sugerir a desapropriação dos terrenos para construir uma praça. Crianças não tem onde brincar.As empregadas domésticas não teem onde namorar já que os condomínios não permitem no interior dos prédios. Seria uma obra de grande alcance social.

10:28 PM  

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