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Local: Varanda em Pernambuco

segunda-feira, junho 15, 2009

Barbeiragem, tesoura e simpatia!

No segundo ano do governo Lula, se não me engano, a professora Maria da Conceição Tavares disse que “o governo do Lula é um governo de merda, mas é o nosso governo de merda!”

Há quarenta e tantos anos falei a mesma coisa, mas por razão trivial: cortar os cabelos. Jovem, vaidoso, cabeleira farta sempre pedia ao barbeiro para ir de leve, cortar pouco.

Infelizmente não é da natureza dos barbeiros cortarem com moderação os cabelos. Eles têm compulsão por cortar. São incapazes de parar no razoável. Saía sempre do salão pelado e me sentindo completamente nu com a auto-estima lá embaixo.

Até que um dia, terminado o corte, ao me olhar no espelho, virei para o barbeiro e perguntei se me vendia sua tesoura. Fechei negócio e nunca mais pisei num salão de barbeiro.

Como a Conceição Tavares, falei “merda por merda prefiro eu mesmo fazer a minha”. E assim foi por mais de quarenta anos.

Não foi difícil já que os cabelos fartos e cheios aceitavam desaforo. Uma erradinha aqui outra acolá e dava para ir disfarçando. Com o passar do tempo, os cabelos rareando e embranquecendo o corte foi exigindo um pouco mais de perícia e, principalmente, paciência. Tudo o que não tenho mais.

As pequenas falhas foram se tornando enormes. Cortava os cabelos atrás no tato e hoje com impaciência era um desastre. Tanto fiz que ao tomar uma cervejinha com amigos ao lado do salão do Nonato, simpática figura, me animei e resolvi entrar.

Fui logo ameaçando: “Nonato há quarenta e tantos anos eu corto meu cabelo. Vou, hoje, lhe dar uma chance. Vê se manera!”

Respondeu-me:”Deixa comigo, vou na sua”.

Não resistiu a uma compulsãozinha na costeleta esquerda, mas sabe que não ficou mal? Lógico que para corrigir todos os caminhos de rato que fiz vai levar algum tempo. Mas vou tentar.

Grande Nonato!

PS: para não pensarem que esse estranhamento com barbeiro é coisa minha, não bastasse o termo barbeiragem, dou o exemplo do barbeiro dos meus filhos e de sua turma. Apelidaram o infeliz de “Pombo”. Porque? Por que caga na cabeça da gente!