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Local: Varanda em Pernambuco

domingo, maio 24, 2009

O fundo do poço

Afinal de contas onde é este tal de fundo do poço? Vez por outra ouço pessoas dizendo que "chegamos ao fundo do poço". Será?

Todo dia acompanhando as notícias vemos pessoas na mais absoluta miséria, totalmente desassistidas pelos poderes públicos, esbulhadas em seus direitos mais fundamentais e nunca ouvi delas que "estão no fundo do poço".

Tá certo que tem aquele maldito problema de educação e, pior, aquele conformismo da fé de que Deus provê e a vida vai melhorar. Não vai, mas eles não se acham no fundo do poço.

Por algum tempo pensei que o fundo do poço fosse em Brasília. Não, não é. Escândalos atrás de escândalos e nunca chegam ao fundo do poço. Sempre pode piorar. Em Brasília o poço simplesmente não tem fundo.

E os funcionários públicos, aqueles que lhe atendem com o pior dos humores, você já ouviu dizerem que estão no fundo do poço? No máximo, quando sua repertição foi assaltada, as goteiras não deixam ninguém trabalhar, eles dizem que "chegamos ao fundo do poço", uma forma de dizer que "vocês estão no fundo do poço". Não eles que recebem seu salário todo mês e estão se lixando para o serviço.

Por falar nisso você já viu deputado no fundo do poço? Nunca verá. Pode aparecer um opositor querendo midia gritando que "chegamos ao fundo do poço" querendo na verdade dizer que a bandalheira vai continuar e vocês eleitores que se danem.

Como um caso puxa o outro, vocês já viram bandidos no fundo do poço? O "mano" é preso, estrepado e vai em cana com sorriso nos lábios. O poço para eles é como em Brasília, é o meio ambiente natural. No poço eles roubam, sequestram, chantageiam, matam sem limite de tempo ou espaço.

Penso que para perceber o fundo do poço é preciso algum preparo, alguma formação, cultura, discernimento. Não é para qualquer um. Precisa ter olhos de ver. De ver os políticos metendo a mão no seu dinheiro, viajando às suas custas, tomando seu vinho e gargalhando na sua cara.

É preciso ver os milhões de reais gastos com os cartões corporativos dos poderes públicos , principalmente, as dezenas de milhões com os cartões da presidência.

É preciso ver o aparelhamento do estado e das estatais com companheiros do PT, PMDB e bandos coligados ávidos por meterem a mão nos cofres e nas licitações fraudadas. É preciso ter ojeriza aos políticos sarneys, renans, temers, jucás, inocêncios e severinos.

É preciso sensibilidade para se emocionar e se indignar com o sofrimento do próximo nas intermináveis filas dos serviços públicos, das escolas, postos de saúde e hospitais. É preciso ver que a mão que dá a bolsa família é a mesma que toma dos desvalidos com a maior carga tributária do mundo em impostos indiretos.

É preciso, também, ser honesto e jamais ter tirado vantagem de alguém. Trabalhar duro, ser íntegro, pagar seus impostos e jamais ter se aproveitado de trambiques que se lhe apresentaram.

É preciso, enfim, a valores atuais, ser um total e completo babaca!