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sexta-feira, março 30, 2007

Por Deus, Sobel!


A doméstica Angélica Aparecida Souza Teodoro, 18 anos, negra, ficou presa 128 dias no Cadeião Pinheiros em São Paulo, acusada de ter roubado um pote de manteiga de três reais.

Injustiça? Talvez, mas roubar um ou um milhão é crime, embora juizes já tenham se negado a decretar prisão por irrelevância do objeto do furto.

Angélica tinha motivos. Mãe, pobre, roubou para dar de comer a seus filhos.

Henry Isaac Sobel, filho de belgas, nascido em Portugal e criado nos Estados Unidos, é presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista.

Foi preso em Palm Beach, Flórida (EUA) acusado de roubar gravatas de grife em lojas chiques da cidade, uma delas a Louis Vuitton. Valor total do roubo US$ 680,00.

Ao ser preso escondeu ser rabino, preferiu identificar-se como professor.

Passou 21 horas na hoje conhecida como cela santa onde já haviam ficado os bispos Sônia e Estevão Hernandez da Igreja Renascer. Pagou US$ 3 mil de fiança e foi solto.

Injustiça? Talvez, mas roubar um ou um milhão é crime, e a lei faculta a liberdade sob fiança.

Henry Sobel, o professor, não tinha motivos aparentes para roubar. Seu salário é estimado em R$ 25 mil reais. Casado, respeitado, desfrutava de posição relevante no cenário político e social.

Tinha, aliás, participação efetiva em todo e qualquer movimento social ou religioso de visibilidade. Apreciava um holofote. Era um onipresente papagaio de pirata.

Diz que herdou do pai a sabedoria e da mãe, a vaidade. Antes de ser fotografado pede licença para conferir no espelho se os cabelos estão devidamente alinhados, licença que não lhe concedeu a polícia de Palm Beach.

Por Deus, por que foi capaz de gesto tão tresloucado?

Só consigo enxergar duas possibilidades.

A primeira, é óbvia, ficou louco. Aliás, já o internaram no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para exames e provável definição de linha de defesa.

A segunda deve ser sua aspiração política. Deve estar querendo mostrar currículo e candidatar-se a federal!

PS: As despesas pagas com cartões de crédito corporativos dos funcionários do gabinete presidencial aumentaram de R$ 9 milhões, em 2003, para R$ 41 milhões em 2006. Ninguém foi preso!