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Local: Varanda em Pernambuco

segunda-feira, outubro 22, 2007

A idade do vacilo!

Roubar idosos ainda não é o esporte universal, mas chega lá.

Sabe como é, neguinho normalmente vive sozinho em casa, no clube, pelas praças, com a mesma vidinha, doença, depressão, as mesmas histórias repetidas ad nauseum, as mesmas piadas.

Quando tem oportunidade para uma conversa, o pobre não desperdiça a chance, abre todos os flancos.

Aí entra o malandro. Papo vai, papo vem e logo o velhinho está dando CPF, número do cartão de crédito, conta do banco onde recebe a aposentadoria, entrega a vida da família, dá o endereço dos filhos, enfim, torna-se amigo íntimo do picareta.

Isso se tiver sorte e não levar porrada na rua, assaltado ao sair do banco.

Pelo telefone, então, é uma baba. “Como vai a senhora, tudo bem? Aqui é a Zulmira da “Casa de Deus por Mim”. A senhora está com tempo para uma conversinha rápida?”

Mas é lógico que ela tem um tempinho, tem o resto da vida para uma boa prosa, como costumam dizer.

Estou falando isso porque hoje atendi um telefonema de um DDD 98, número 3232 3770, ou seja, do Maranhão. Procurando por meu nome disse ser a fulana da Editora Três, não guardei o vulgo da meliante. Queria confirmar se meu cartão era Mastercard ou Visa. Desliguei.

Não é que eu seja um velhinho esperto, é que eu não tenho saco para telefone e muito menos para telemarketing. Mesmo que a presidente da Caixa me ligue, pessoalmente, dizendo que eu ganhei na Sena, tenho certeza que vou desligar na cara e no ato.

Hoje, fiz mais, liguei para o Disque Denúncia e informei o ocorrido. Apesar de o atendente ter sido extremamente amável, notei certo enfado por ter de ouvir mais uma das milhares de denúncias de todo dia.

Semana passada o governo suspendeu o tal de empréstimo consignado. O sistema tinha brechas que permitiam fraudes que, lógico, aconteciam às carradas! Mais uma vez os velhinhos aposentados eram os preferidos para o assalto. Faziam empréstimos em seus nomes, impagáveis, tornando suas vidas um drama real.

Mas hoje li uma muito melhor. Alguns governos estaduais descontam a parcela do consignado do salário de seus funcionários, velhinhos ou não, e, acredite, não repassam aos bancos!

Isso mesmo, usam o crédito dos funcionários para financiar suas despesas. O trampo aconteceu em Alagoas, Piauí e Rio de Janeiro. Como sempre Alagoas é o campeão do trambique. Deve aos bancos R$ 40 milhões e, sequer, se dispôs a renegociar a dívida!

Não, não, os governadores estão todos soltos.

Voltando aos velhinhos.

Morreu ontem, logo após sua agitada lua de mel, a octogenária argentina Adelfa Volpes deixando viúvo e inconsolável o bichona de seu marido de 24 anos e, pasmem, coitado, desempregado.