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Local: Varanda em Pernambuco

domingo, outubro 12, 2008

Dá para negociar?

Dias atrás consegui uma auto definição que acredito perto da verdade. Sou uma criatura socialmente inviável, culpa somente minha.

Sou intolerante com o ser humano em geral, mas, principalmente, com aqueles que tiveram e tem acesso à informação e à educação e são incapazes de pensamentos mais elaborados que lhes sedimentem valores éticos, morais e de comportamento adequados ao convívio em sociedade.

Vou dar um exemplo ligeiro. No prédio onde moro, resolvemos instalar hidrômetros individuais nos apartamentos buscando a economia de água cujo gasto por aqui é uma exorbitância. Com a conta de água paga pelo condomínio, comprovadamente, o desperdício é enorme. Vazamentos em torneiras são freqüentes e ignorados.

Na medida em que cada um pague pelo seu consumo, como é feito com a energia elétrica, o telefone, a feira, o pãozinho francês, por exemplo, a vigilância contra o desperdício será maior.

Convocada assembléia dos condôminos para propor a solução, só não houve unanimidade por que um casal argumentou que os hidrômetros individuais desvalorizariam os apartamentos. Assim lhes disse um amigo, corretor de imóveis.

Foi então colocado por um dos condôminos que no apartamento do relutante moravam oito pessoas, razão mais que suficiente para desmascarar o casal esperto. O que realmente querem é ter subsídio para que todos paguem por seu consumo a maior do que a média que é de menos de quatro pessoas por apartamento.

O que incomoda mesmo é o fulano pensar que todo o resto da humanidade é imbecil e ele o esperto. Sua equivocada e primária argumentação é uma ofensa e um atestado, no mínimo, de sua tacanhice.

Aos fatos: a Câmara aprovou no último dia 10 de abril o Projeto de Lei 4931/01, do deputado licenciado Alexandre Cardoso (PSB/RJ), que torna obrigatória a instalação de medidor de consumo de água para cada domicílio de condomínios. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, teve a aprovação concluída na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e segue para análise do Senado.

Segundo o autor do projeto, os hidrômetros individuais estimulam a economia de água em média 25%. Ele avalia que a medição coletiva do consumo não estimula, mas "até mesmo inviabiliza os esforços individuais para poupar água".

Em várias cidades do Brasil já existe lei determinando a instalação de hidrômetros individuais.

Em Pernambuco a Companhia Pernambucana de Saneamento, Compesa, quer ampliar a utilização de hidrômetros individuais nos condomínios do Estado para que cada um pague apenas pelo que gastar.

Cláudio Carvalheira, gerente de micromedição da estatal, diz que já existem no estado cerca de 30 mil apartamentos em 1300 edifícios que utilizam a medição individual.

Atualmente, uma lei estadual determina que todos os projetos de prédios novos tenham medidores individuais.

Dei toda essa volta para dizer da minha intolerância para negociar com antas.