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quinta-feira, dezembro 18, 2008

Como as hienas, gargalhe!

Há dias tento escrever sobre vereadores e não consigo. Uma aversão total aos políticos tem bloqueado minha vontade de sequer pensar neles.

Hoje, para minha felicidade, assisti a uma entrevista do senador Nãoseioque Borges da Bahia relator de uma lei que cria quase oito mil novos cargos de vereadores pelo Brasil afora que me deu novo ânimo para desprezá-los publicamente.

Perguntado se o senado (em minúsculas mesmo) não estava na contra mão dos cortes de despesas de empresas e governos para enfrentar a crise respondeu:

“Não, só os mal informados ou com má fé afirmam que as despesas crescerão com esses novos cargos. Há um limite constitucional para gastos com as câmaras municipais. Não será gasto nenhum centavo a mais!”

Mal intencionado e de má fé é este pulha de senador. Se no teto de gasto permitido pela constituição cabem 8.000 novos cargos nas Câmaras, nada impede, ao contrário, determina a razão, que esses canalhas não utilizem o teto previsto e cortem os gastos a níveis compatíveis com o corte de cargos e não que criem os novos cargos!

Corte, aliás, determinado pelo TSE e agora afrontado por essa canalhada.

Enquanto isso vereadores pelo Brasil chantageiam prefeitos para aprovar projetos de interesse dos municípios, roubam o tesouro municipal emitindo notas frias e fraudadas para receber suas vergonhosas verbas indenizatórias, locupletam-se com verbas paletó, achincalhando os eleitores!

Mas para que servem, mesmo, os vereadores? Na prática, para nada a não ser dar nomes a ruas, conceder medalhas e títulos de cidadania, e para, em raríssimas exceções, fiscalizar as ações do executivo.

Vamos a um teste. Responda-me de pronto qual iniciativa de um vereador de sua cidade que você se lembra? Vamos tentar com os deputados estaduais: qual matéria de interesse da sociedade foi criada, sugerida por um deputado e votada no seu estado? Atenção, não considere projetos do executivo aos quais aderem com entusiasmada subserviência.

Tente novamente com os deputados federais e senadores. Difícil, não é?

Vamos agora para os escândalos, cara de pau, descalabros, e roubos. De imediato me veio à cabeça a utilização de notas frias pelos vereadores do Recife para meterem a mão na tal verba indenizatória. Não só frias como falsas e adulteradas. Coisa que nos levaria, cidadãos comuns, à prisão.

Aqui o tema foi tirado de pauta do TCE por um tecnicismo qualquer prontamente aceito pelo corporativismo de seus membros para dar tempo aos vereadores larápios reeleitos tomarem posse na nova legislatura.

As barbaridades apontadas pelo relator do processo, conselheiro Marcos Loreto, não foram suficientes para o julgamento imediato. Ficou para fevereiro de 2009.

Alguns exemplos:

O vereador Gilberto Luna do PSB, partido do governador do estado, apresentou notas de 303 refeições num só mês, dez por dia.

Augusto Carreras do PV em dois meses apresentou sete notas do fornecedor José Dias Barbosa que listam 402 produtos variados como lagosta, camarão, salmão, maminha importada, etc.

Em sessenta dias consumiu 402 produtos de irrepreensível bom gosto. São 6,7 produtos por dia. Várias refeições foram feitas de madrugada e em fins de semana.

Para surpresa geral a câmara dos deputados barrou, agora a tarde, a proposta do senado. Dizem que as alterações feitas pelo tal Borges desfigurou o projeto original. “Foi uma alteração substancial”, gaguejou ninguém menos que o íntegro corregedor da câmara, Inocêncio de Oliveira!

Como as hienas, gargalhei!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

1:44 AM  

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