Dr. Antonio se aborreceu.
Minha ficha não caiu e penso que dificilmente cairá. Sou incompetente para entender uma montanha de trilhões de toneladas construída no pântano. Entendo a montanha e o pântano, mas não o conjunto. Essa é a figura que me ocorre tentando entender a atual crise mundial.
Os maiores e mais conceituados bancos do mundo, os mais famosos teóricos do livre mercado e os governos dos países comandantes do capitalismo de repente soçobraram. Como o comandante do Titanic que pilotando o “inaufragável”, surpreendeu-se naufragando.
No Brasil, várias das melhores empresas, inclusive a maior, a Petrobrás, foram pegas de calça na mão e carteira vazia. Precisaram recorrer ao governo e seus bancos estatais para enfrentarem problemas emergenciais de caixa.
Em operações desastradas com derivativos de câmbio, que tinham por finalidade garantirem-se contra suas variações, Sadia, Suzano e Votorantim, entre tantas outras, perderam US$ bilhões em meses. Só a Votorantim perdeu R$ 2 bilhões. Houve aí uma tremenda ironia do destino. Para explicá-la vou abrir aqui parênteses.
Os maiores e mais conceituados bancos do mundo, os mais famosos teóricos do livre mercado e os governos dos países comandantes do capitalismo de repente soçobraram. Como o comandante do Titanic que pilotando o “inaufragável”, surpreendeu-se naufragando.
No Brasil, várias das melhores empresas, inclusive a maior, a Petrobrás, foram pegas de calça na mão e carteira vazia. Precisaram recorrer ao governo e seus bancos estatais para enfrentarem problemas emergenciais de caixa.
Em operações desastradas com derivativos de câmbio, que tinham por finalidade garantirem-se contra suas variações, Sadia, Suzano e Votorantim, entre tantas outras, perderam US$ bilhões em meses. Só a Votorantim perdeu R$ 2 bilhões. Houve aí uma tremenda ironia do destino. Para explicá-la vou abrir aqui parênteses.
(Terminei de ler o ótimo “Pioneirismo empresarial no Brasil”, três volumes escritos por Jacques Marcovitch, ex reitor da USP e professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da mesma instituição. Em quase mil páginas apresenta o perfil e a história de 24 empreendedores brasileiros cobrindo o pioneirismo empresarial dos últimos 187 anos.
Desde Antonio Prado, barão de Iguape, em 1820, até os dias de hoje. José Ermírio de Moraes é um deles. Nacionalista extremado fazia questão de distinguir o empresário do especulador. Em palestra na Sociedade Mineira de Engenheiros em 7 de novembro de 1958 dizia:
“Chamam os industriais de “tubarões”. Os verdadeiros “tubarões” são aqueles que vivem nas grandes cidades, sem nada produzir, levando vida de nababo, não sabemos a custa de quem. Boa parte dos industriais brasileiros começa seu dia de trabalho às seis horas da manhã e entra pela noite adentro. Levam uma vida de sacrifícios, procurando realizar alguma coisa de útil, mesmo com todas as dificuldades que lhe são impostas dentro de seu próprio país.”
Reconhecem este discurso? Não? Vou ajudá-los. Como defensor da ética empresarial baseada no trabalho, José Ermírio influenciou seus herdeiros a começar por Antonio Ermírio de Moraes, seu filho mais conhecido, e talvez o mais parecido nas convicções e temperamento. Bingo!
“Chamam os industriais de “tubarões”. Os verdadeiros “tubarões” são aqueles que vivem nas grandes cidades, sem nada produzir, levando vida de nababo, não sabemos a custa de quem. Boa parte dos industriais brasileiros começa seu dia de trabalho às seis horas da manhã e entra pela noite adentro. Levam uma vida de sacrifícios, procurando realizar alguma coisa de útil, mesmo com todas as dificuldades que lhe são impostas dentro de seu próprio país.”
Reconhecem este discurso? Não? Vou ajudá-los. Como defensor da ética empresarial baseada no trabalho, José Ermírio influenciou seus herdeiros a começar por Antonio Ermírio de Moraes, seu filho mais conhecido, e talvez o mais parecido nas convicções e temperamento. Bingo!
Fecho os parênteses e volto à ironia do destino. )
Durante décadas Antonio Ermírio vociferou contra os bancos e seus juros, "verdadeiros parasitas da economia mundial". Há uns dez anos não é que a terceira geração do império resolveu ter seu próprio banco? Porque não? Em poucos anos as empresas financeiras do grupo passaram a responder por quase 30% de seu lucro!
Mês passado deu-se o sacolejo. O grupo Votorantim perdeu mais de R$ 2 bilhões em derivativos de câmbio. Você há de imaginar que o preju foi das empresas financeiras, não é? Não. Nem das financeiras e muito menos das industriais. Foi justamente na holding do grupo que abriga 8 conselheiros da terceira geração dos Ermírio de Moraes. Nela centralizaram as decisões e o caixa.
Não se pode negar o acerto de sua governança nos últimos nove anos que multiplicou a receita do grupo em mais de oito vezes e seu lucro líquido em 16!
Uma das características do Votorantim é sua capacidade de superação em tempos bicudos. Nesta crise não haverá de ser diferente. Mas até lá é bom os jovens herdeiros irem tomar a benção daquele que melhor representa a filosofia do grupo de austeridade e empenho no trabalho, o Dr. Antonio.
Mas vão com jeito. Afinal, o patriarca ficou muito “aborrecido e irritado” com o pequeno tropeço de R$ 2,2 bilhões! Aborrecido, não. Ficou mesmo é puto da vida!
3 Comments:
your blog is feel good......
Caro caronista, um abraço.
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