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sábado, janeiro 03, 2009

O operador da República!

Com quase três anos de atraso, tomei conhecimento e li “O operador” de Lucas Figueiredo, mineiro, jornalista com passagens pelos principais órgãos de imprensa do Brasil e autor de dois outros intrigantes livros “Morcegos Negros” e “Ministério do Silêncio”.

Neste, “O Operador”, conta a trajetória do Marcos Valério o operador do caixa dois dos governos do PSDB e do PT, escândalos nacionais que, até hoje, não deram em nada.

Mais do que descrever com detalhes as operações de levantamento de dinheiro para caixa dois dos partidos revela a desfaçatez com que as operações eram feitas, os bancos envolvidos, Rural e BMG, os montantes transacionados e a cara dura com que eram distribuídos entre parlamentares.

Dá nome aos bois, ministros, deputados, secretários, policiais, número de cheques, nomeia motoboys que transportavam milhares de reais diariamente, quem recebia o dinheiro, quem pagava.

E quando estourou o escândalo, os shows das CPIs não deram em nada graças a acordos entre partidos e políticos adversários para que nada fosse devidamente apurado pois seria implosão de todos e talvez das instituições.

Termina com uma frase patética e ao mesmo tempo reveladora do operador Marcos Valério:

“Nós devemos deixar claro para a sociedade e acabar com a hipocrisia: eu não sou a única empresa que ajudou e ajudará políticos. (...) O Marcos Valério não é detentor de tecnologia para ajudar campanhas políticas. Isso já acontece no Brasil desde Rui Barbosa”.

Confesso que o que mais me impressionou neste livro foi minha ingenuidade. Por mais que a gente leia, se informe, conjecture, troque idéias e chegue à conclusão que na política é tudo uma picaretagem, você está longe, muito longe da patifaria real praticada por determinada classe de políticos e empresários independentemente de ideologias, partidos, situação ou oposição.

Caso você não faça parte desses esquemas e nem queira deles participar, esse livro traz um desafio ao seu próximo voto: frente a tanta patifaria, como encontrar a virgem do bordel, o seu candidato.