Gente do sul, gramática e sociolingüística!
Anos atrás recebi uma aula de meu primo Fernando Oliveira. Repreendeu-me por dizer “em Recife” e não “no Recife” como manda a gramática. Dizia ele que todo topônimo originário de um acidente geográfico é antecedido pelo artigo definido.
Citou alguns exemplos como na Bahia e no Rio de Janeiro e por aí vai. Convenceu-me “ma non troppo”. Citou inclusive uma frase de seu pai, meu tio, Waldemar de Oliveira: “Isso de dizer em Recife é ignorância de gente do sul que não sabe muito de tais coisas”.
Desde então, gente do sudeste que sou, tento usar “no Recife” em homenagem a eles.
Agora que já estou me acostumando, a coluna “com todas as letras” do Laércio Lutibergue no Jornal do Commercio de hoje diz com todas as letras que essa regra gramatical é uma lenda, nunca existiu. E insiste não existe!
Tanto faz dizer “em Recife” ou “no Recife” pela lei gramatical. O que existe diz respeito à sociolingüística que envolve história e tradição de um povo. As maiores defesas do artigo não foram feitas por gramáticos, mas pelos intelectuais da cidade como, por exemplo, meu tio Waldemar e o sociólogo Gilberto Freyre.
Como gente do sudeste, e não do sul, me senti redimido.
Mas vou tentar continuar usando “no Recife” em homenagem às tradições e aos altos coqueiros do vasto estendal!
Citou alguns exemplos como na Bahia e no Rio de Janeiro e por aí vai. Convenceu-me “ma non troppo”. Citou inclusive uma frase de seu pai, meu tio, Waldemar de Oliveira: “Isso de dizer em Recife é ignorância de gente do sul que não sabe muito de tais coisas”.
Desde então, gente do sudeste que sou, tento usar “no Recife” em homenagem a eles.
Agora que já estou me acostumando, a coluna “com todas as letras” do Laércio Lutibergue no Jornal do Commercio de hoje diz com todas as letras que essa regra gramatical é uma lenda, nunca existiu. E insiste não existe!
Tanto faz dizer “em Recife” ou “no Recife” pela lei gramatical. O que existe diz respeito à sociolingüística que envolve história e tradição de um povo. As maiores defesas do artigo não foram feitas por gramáticos, mas pelos intelectuais da cidade como, por exemplo, meu tio Waldemar e o sociólogo Gilberto Freyre.
Como gente do sudeste, e não do sul, me senti redimido.
Mas vou tentar continuar usando “no Recife” em homenagem às tradições e aos altos coqueiros do vasto estendal!
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