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domingo, abril 02, 2006

Nossa bandeira

A foto à esquerda de nosso astronauta Marcos Pontes desembarcando na Estação Espacial Internacional empunhando a bandeira do Brasil com sorriso aberto lembrou-me outra, a da direita, de Durval Rosa Borges nos idos de 1958. Outros tempos, outras tecnologias, mas o mesmo pioneirismo, a mesma determinação.

Primeiro brasileiro a pisar na Antártida viajou a convite da Marinha dos Estados Unidos como correspondente especial da revista Visão e do jornal carioca Correio da Manhã e lá desfraldou nossa bandeira.

Durval Rosa Borges conta sua aventura no livro “Um brasileiro na Antártida” editado pela Sociedade Geográfica Brasileira (1959, 183 páginas), com prefácio de Agenor Couto de Magalhães, que registra:... “agitou-se o mundo científico neste Ano Geofísico Internacional e durante este período as ciências ganharam terreno de modo impressionante. Todas as grandes nações deram importância invulgar a este período de estudos, como bem se pode ver pelos relatórios e comunicados dos 4.000 centros de pesquisas, onde trabalharam 30.000 cientistas de 66 nações diferentes. Das expedições organizadas em varias partes do globo, destacam-se as que rumaram ao círculo polar sul, que se convencionou denominar Antártida, porção geográfica gelada, com superfície quase duas vezes a do Brasil. O Brasil, que por motivos históricos, geográficos, estratégicos e científicos deveria acompanhar esse movimento que empolgou grande parte do mundo cientifico, não dispensou ao caso, a mínima importância, permanecendo alheio ao palpitante assunto. Diante dessa displicência, aliás muito freqüente nos nossos dirigentes, assume maior interesse o fato de um brasileiro ter visitado a zona da Antártida. Sua visita a “Scott Base” coincidiu, aliás, com a chegada vitoriosa de Fuchs, depois de atravessar, pela primeira vez, pela superfície, o continente antártico. Durval Rosa Borges foi este brasileiro, o primeiro a penetrar tão fundo na latitude sul, onde por sinal, desfraldou pela primeira vez, a bandeira nacional.”

Em 1975 o Brasil aderiu ao Tratado da Antártida, e somente em 1982 realizou a sua primeira expedição à região. Hoje os estudos lá realizados envolvem várias universidades e institutos de pesquisa que atuam nas áreas de Ciências da Vida, da Terra, da Atmosfera e Geofísica da Terra Sólida.

Durval Sarmento da Rosa Borges, nasceu em Recife em 18 de agosto de 1912. Graduou-se em 1933 no Rio de Janeiro pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, Praia Vermelha. Mudou-se em 1935 para São Paulo onde, em março de 1936, inaugurou seu Laboratório de Análises. Em 1942 casou-se com a paulista Maria Albertina de Paula Assis da Rosa Borges, teve dois filhos, seis netos. Médico, escritor, poeta, caçador, piloto, cineasta, faleceu em São Paulo em dez de julho 1999. Hoje já tem dois bisnetos.

Marcos Pontes, pioneiro de uma nova era, está em todos os jornais da semana. Leiam que vale a pena.

Neste dito contei com a colaboração do Durval Rosa Borges, filho.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tio Durrrrval, como ficou depois de paulista, sempre foi um misto de mistério, grandeza, coragem... essas coisas de mito. Nunca estivemos muito perto, mesmo porque eu me sentia meio que invisível e inaudível diante dele... Grande Durval. Eterno.

9:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

necessario verificar:)

2:14 AM  

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