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sexta-feira, junho 02, 2006

Dengue

Minha prima Ana Maria está com dengue.

Eu diria que em seu estado de ânimo atual a dengue deveria ter passado desapercebida. Mas, não, ela notou. Ana Maria, definitivamente, está com dengue.

Precisamos dizer umas palavras de apoio à Ana Maria.

Não se preocupe, Ana, é uma espécie de gripe misturada com surras diárias pelo corpo todo. Nenhuma grande coisa. No início a febre alta lhe deixa meio tonta pensando que o fim está próximo. Depois a tontura vai ficando, vai ficando e você se acostuma com a idéia de que o fim realmente está próximo.

Fica fora do ar de quatro a x dias.

Como o nome sugere você fica dengosa, molenga, cheio de aiaiais, uiuiuis e nhênhênhêns. Quando a febre baixa você começa a perceber que existe esperança de sair dessa. Passados os x dias você realmente sai dessa.

Que bom, que alegria!

Engano seu. Desculpe, Ana, mas aí é que começam os problemas.

Todo dia os jornais noticiam que numa segunda dengue a chance de ser uma dengue hemorrágica é enorme. Se não tomar cuidado você parte desta para melhor. Você bate as canelas, sifu!

Não que eu queira desestimulá-la, mas dependendo de seu grau de paranóia, você não tem mais sossêgo. Torna-se uma inimiga mortal de pernilongos e mosquitos em geral.

Existem, se não me engano, três ou quatro vírus de dengue. Do que lhe pegou você fica imune. Mas os outros três ou quatro podem estar na próxima picada de mosquito que você levar.

Nos primeiros dias após curar a minha dengue, no século passado, queria andar com inseticida no bolso. Tinha pernilongo em todo canto. Dentro do carro, nos bares, na praia, na cama, e até nos consultórios médicos, porra!

Teve dia de eu quase passar uma descompostura no meu protologista pelo número absurdo de mosquitos em sua sala de espera. Contive-me a tempo quando vi seu dedo em riste para meu exame de próstata. Afinal quem tem, tem que cuidar.

Outra coisa que incomoda, viu Ana, é que parece que para os mosquitos só existe você no mundo. Todos lhe atacam. Pernas e braços lindos e apetitosos ao seu redor são olimpicamente desconsiderados pelos filhinhos da puta. Só serve a sua canela, o seu cotovelo, até a sua bochecha.

Mas você se acostuma. Não com os pernilongos, mas com a guerra. Evita roupas escuras, meias, somente brancas ou quase, um interminável balançar de braços espantando fantasmas, enfim, você vira um guerreiro, um verdadeiro mata mosquitos.

Imagine, então, você dentro de um elevador. Todo elevador tem pernilongo. Aos montes. Eu distribuo porradas para todo lado nas paredes. Sempre imagino a cara do porteiro me assistindo pela câmara de segurança. Deve pensar que eu sou completamente louco. Imagine! Quando saio do elevador noto em sua expressão um misto de temor e compaixão.

Uma dica. Depois que passei a tomar complexo de vitamina B parece que os monstrinhos têm me evitado. Devo estar exalando um perfume anti-mosquito. Consulte seu médico.

Mas não termina por aí, não, viu Ana.

Cada mosquito morto tem que ser examinado cuidadosamente para ver se ele é rajadinho, com manchinhas brancas pelo corpo. Se for, é um aedes aegypti. Mate-o de novo, trucide, jogue na privada e dê uma descarga prolongada acompanhada de urros aioooooô, como se comemorasse o hexa do Brasil!

A comemoração tem que variar porque a Copa termina mas as muriçocas não.

Espero tê-la ajudado, Ana Maria. Boa sorte!

2 Comments:

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