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Local: Varanda em Pernambuco

terça-feira, abril 24, 2007

Alô, tchau!

Minha relação com o telefone não é muito amigável.

Sou conciso, quase monossilábico e restrito ao essencial. Nada de muito papo.

Considero um aparelho tão útil quanto inconveniente. Dá acesso à sua casa a pessoas que por outros meios, não passariam da esquina. Você fica sujeito a ser importunado por todo tipo de chato de todos os call centers do Brasil.

Como moro sozinho e não tenho secretária em casa, resolvi comprar um telefone fixo da Siemens que opera como um celular. Tem identificador de chamadas, pago é lógico, que a Telemar não é de prestar favores, registra chamadas recebidas e enviadas, enfim deixa rastro para eu saber quem me procurou.

Acostumei, antes de atender aos chamados, a olhar o nº que está me chamando para ver se estou disposto a atender o intruso.

Mas intrusos são intrusos e se escondem atrás de um codificador que inibe o identificador de chamadas e aparece no display colchetes, 000s ou que tais. Esses, por princípio não atendo.

Normalmente são os telechatos da Telemar ou os vendedores de assinaturas ou cartões de crédito. Desligo, solenemente, sem o menor remorso. Lógico que pago meus micos.

Mês passado meus filhos foram passar uma semana em Cancun. Num sábado a tarde toca o telefone e lá estava um 0000. Desliguei, incontinente. Volta a chamar. Já mal humorado, desligo novamente. Mais uma tentativa e desistiram.

Na volta meus filhos me passaram uma descompostura por ter desligado três vezes o telefone em suas caras. Acontece.

As vezes atendo um número desconhecido. Normalmente é engano ou televendas. Nos enganos, não sei por que diabos, normalmente, o fulano que liga não tem a menor educação.

No que você atende o animal regurgita “o José”. Quando estou de bom humor, o que digamos não é muito comum em se tratando de telefone, estico a conversa.

Respondo:

- Sim, o que tem o José?
- O José?
- Que José?
- O José tá aí?
- Não, aqui não está. Procura no armário do teu quarto!

Outras vezes é aquela anta de televendas que pergunta:

- Falo com quem?
- Quer falar com quem?
- Com o dono da casa.
- Mas qual?
- Quem está falando?
- Não digo, você quer falar com quem?
- Aqui é do Jornal do Commercio...
- Sem interesse, tchau!

Ou aquela insistente:

- A Gisela está?
- Você ligou errado, desligo.

Toca novamente:

- A Gisela está?
- Para que nº você ligou?
- XXXXXXXXX
- Este nº não é da Gisela, você está com o nº errado, desligo.

Toca novamente:

- A Gisela está?
- Tá cagando, liga mais tarde!

Bom, agora um parêntese.

Quero dizer que até meu filho ligou perguntando se era verdade que o Chico tinha me telefonado ou se era uma pegadinha. Não, não é uma pegadinha. Tudo o que escrevi aconteceu exatamente como descrevi, sem uma vírgula a mais ou a menos. Lógico que não publiquei a conversa que ninguém tem nada a ver com isso, pois não?

Mas o curioso foi o seguinte. Eu realmente estava na rede da varanda com todas as luzes apagadas e ouvindo Gonzaguinha na Tribuna FM. Eram 17,55 h.

Tocou o telefone e atendi, por causa da penumbra, sem olhar o display do telefone. Como já disse era o Chico.

Muito bem. Mais tarde, resolvi ver o nº do qual ele havia me chamado. Adivinhem, eram colchetes!

Se a luz estivesse acesa, vendo aqueles infernais colchetes, eu teria desligado o telefone!

Meu santo é forte!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Alô. Por favor, este é o blog da Gisela?

10:30 AM  

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