Vingança!
Call center é um aglomerado de pessoas dispostas em baias com um teclado e um monitor de vídeo na frente, e um kit fone / microfone colado na cabeça. Passam o dia ouvindo reclamações de consumidores insatisfeitos com o serviço de seus clientes e exigindo providências.
São treinadas para serem imperturbáveis, sonsas e cara dura. Em represália, para função tão estressante, parece que têm o direito de serem extremamente mal educadas.
A começar pelo tratamento. Não existe mais o tratamento respeitoso de senhor ou senhora. Vão direto no primeiro nome como se íntimos fossem. Não consigo imaginar quem foi o gênio do telemarketing que resolveu que essa é a melhor e mais adequada forma de atendimento.
No meu caso, já provecto, do tempo em que éramos educados, este mau hábito cai como uma bomba! Na segunda resposta já perco o entusiasmo para um diálogo civilizado e partimos, eu e meu atendente, para um duelo verbal digno de uma discussão em mercado árabe.
Reconheço que sou meio intratável para assuntos de consumo. Não gosto de comprar, não gosto de vendedor que fica à espreita para assim que você baixa a guarda lhe abordar com aquele sorriso cínico, falso, debochado que não resiste ao primeiro “não” peremptório!
Quero sossego para curtir todas as minhas intermináveis dúvidas quanto ao modelo, preço, condições de pagamento, oportunidade, necessidade, custo benefício, clima, temperatura ambiente, fases da lua, enfim, todas essas dúvidas que ocorrem às pessoas normais.
Ao telefone sou ainda pior.
Não podendo contar com minha natural expressão de poucos amigos, que afasta o mais insistente dos oponentes, fico desguarnecido, desamparado frente a pessoas tão bem treinadas para nos levar à loucura.
É uma covardia. Os caras são mestres no ofício de não ouvirem o que você diz, de não darem a menor bola para sua ansiedade, em não lhe atenderem do jeito que você imagina que deva ser atendido.
Exaspero-me e sempre perco o primeiro round. Desligo vermelho de raiva. Tomo um golinho d’água, respiro fundo, me concentro e ligo novamente. Dessa vez com a calma dos anjos, cordato, simpático, afável, irreconhecível, enfim.
Concordo com tudo que o inimigo propõe mas respondo que não quero. Ele começa a ficar desesperado. Posso sentir sua respiração de ódio como a dizer “esse imbecil vai abrir mão de todas as vantagens que estou oferecendo, com um sorriso nos lábios? Ah, mas não vai mesmo!”
Vou!
Para vocês terem uma idéia da minha vingança, sexta feira passada, para cancelar meu contrato de celular com a Oi cheguei a abrir uma cervejinha durante o embate, para ficar discutindo o tempo que fosse necessário até o inimigo capitular!
Valeu a pena! Esgotada, a atendente sucumbiu, “tá certo, senhor, farei como o senhor quiser.”
Nessa noite dormi com um sorriso nos lábios!
São treinadas para serem imperturbáveis, sonsas e cara dura. Em represália, para função tão estressante, parece que têm o direito de serem extremamente mal educadas.
A começar pelo tratamento. Não existe mais o tratamento respeitoso de senhor ou senhora. Vão direto no primeiro nome como se íntimos fossem. Não consigo imaginar quem foi o gênio do telemarketing que resolveu que essa é a melhor e mais adequada forma de atendimento.
No meu caso, já provecto, do tempo em que éramos educados, este mau hábito cai como uma bomba! Na segunda resposta já perco o entusiasmo para um diálogo civilizado e partimos, eu e meu atendente, para um duelo verbal digno de uma discussão em mercado árabe.
Reconheço que sou meio intratável para assuntos de consumo. Não gosto de comprar, não gosto de vendedor que fica à espreita para assim que você baixa a guarda lhe abordar com aquele sorriso cínico, falso, debochado que não resiste ao primeiro “não” peremptório!
Quero sossego para curtir todas as minhas intermináveis dúvidas quanto ao modelo, preço, condições de pagamento, oportunidade, necessidade, custo benefício, clima, temperatura ambiente, fases da lua, enfim, todas essas dúvidas que ocorrem às pessoas normais.
Ao telefone sou ainda pior.
Não podendo contar com minha natural expressão de poucos amigos, que afasta o mais insistente dos oponentes, fico desguarnecido, desamparado frente a pessoas tão bem treinadas para nos levar à loucura.
É uma covardia. Os caras são mestres no ofício de não ouvirem o que você diz, de não darem a menor bola para sua ansiedade, em não lhe atenderem do jeito que você imagina que deva ser atendido.
Exaspero-me e sempre perco o primeiro round. Desligo vermelho de raiva. Tomo um golinho d’água, respiro fundo, me concentro e ligo novamente. Dessa vez com a calma dos anjos, cordato, simpático, afável, irreconhecível, enfim.
Concordo com tudo que o inimigo propõe mas respondo que não quero. Ele começa a ficar desesperado. Posso sentir sua respiração de ódio como a dizer “esse imbecil vai abrir mão de todas as vantagens que estou oferecendo, com um sorriso nos lábios? Ah, mas não vai mesmo!”
Vou!
Para vocês terem uma idéia da minha vingança, sexta feira passada, para cancelar meu contrato de celular com a Oi cheguei a abrir uma cervejinha durante o embate, para ficar discutindo o tempo que fosse necessário até o inimigo capitular!
Valeu a pena! Esgotada, a atendente sucumbiu, “tá certo, senhor, farei como o senhor quiser.”
Nessa noite dormi com um sorriso nos lábios!
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home