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Local: Varanda em Pernambuco

sábado, dezembro 29, 2007

Sociopatafóbico?


Outro dia fiquei na dúvida se eu era um sociopata ou um sociofóbico. Em rápida pesquisa vi que não me enquadrava em nenhum dos tipos.

O sociopata tem repulsa pelos outros, um quase nojo, um desprezo total. Um “serial killer” é o melhor exemplo de um sociopata.

O sociofóbico é de timidez extrema e evita as pessoas por medo, por insegurança. Em aglomerações, sua, tonteia e entra em pânico.

O meu “ficar sozinho”, por vezes recluso, é tranquilíssimo, é uma escolha, uma preferência, uma seleção. Não é que eu tenha alguma coisa contra as pessoas, é que, normalmente, não tenho nada a favor da maioria delas.

Não há nessa preferência nenhum julgamento de valor individual mas há, sim, uma constatação de comportamentos recorrentes, que não me agradam e que me dão certo enfado do “déjà vu”, aos quais não tenho mais saco de me expor.

Não gosto de multidões. Não me causam nenhuma repulsa ou pânico, simplesmente o desconforto de estar em local desconfortável por definição.

Você jamais me verá, por exemplo, num show da Ivete Sangalo, por melhores que sejam suas coxas. Shows, com massas ululantes ao seu redor, não são lugares adequados para se apreciar um belo par de coxas cantando.

Quando muito, num barzinho charmoso, ela num banquinho alto, pernas cruzadas, cantando suave ao som de um único violão, de preferência Del Vecchio dos bons tempos, cordas de nylon, óbvio, e olhando para você com provocante ternura.

O melhor, mesmo, seria na intimidade da alcova. Mas, nem tudo é possível!

Você gosta, por exemplo, de pessoas que falam alto em lugares públicos? De carros com som de surdos batucando tambores em frente à sua barraca de praia? De bêbados contando vantagens permeadas por palavrões absolutamente dispensáveis na mesa ao lado? Ou, pior, na sua mesa?

São várias as situações que prefiro evitar pelo simples e bom motivo de não ver nelas nenhum atrativo. Mas, algumas, poucas e boas, me deleitam.

Cito, com agradável lembrança, a comemoração, há pouco tempo, dos 50 anos do meu primo Romero, na praia de Maria Farinha, litoral norte de Pernambuco. Amigos agradáveis, local deslumbrante, música de primeira e bêbados simpaticíssimos!

Concluí que não tenho nenhuma patia ou fobia social. Sou apenas um maduro cidadão em pleno e convicto exercício de suas preferências.

O que alguns me debitam como barreiras de relacionamento, na maioria das vezes, não passam da trivial boa educação, fundamental civilidade e, modestamente, refinado bom gosto.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nada contra,nada a favor.
Tão resumida frase que encontrei em seu artigo, aquietou meu coracão.
Não estou só nesse mundo,quando na minha maturidade cada vez mais vou peneirando gente que nem se peneira farinha.

Quanto mais fina,melhor!

2:38 PM  

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