A laje do reitor
Não sei se vocês notaram a candura do reitor Timothy Mulholland da Universidade de Brasília justificando o quase meio milhão de reais gastos na decoração de sua cobertura.
Adorei sua abordagem da estética do projeto que deveria guardar uma consistência harmoniosa em seu conjunto.
Perguntei-me se não sairia mais em conta um projeto de decoração em total harmonia com o cerrado do planalto. Mesmo porque até uma oca certamente mantém uma estética em perfeita harmonia com a ocara e com seu meio ambiente.
Com uma flora riquíssima, nosso cândido reitor poderia escolher entre 1.000 espécies do estrato arbóreo-arbustivo, e 2000 do herbáceo-subarbustivo para ornamentar sua luxuosa laje.
Gravuras de vertebrados do cerrado certamente não faltariam para ornamentar suas paredes desde a jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, o urubu-rei, o tatu-peba, o tatu-galinha, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira, o veado campeiro, o cateto, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e quem sabe uma onça-parda ou pintada, e, finalmente, por que não, uma solene anta, espécime que mereceria especial destaque em sua decoração, como a representá-lo em sua moita.
Mas a grande apoteose seriam as aves do cerrado que gorjeariam em seu maravilhoso jardim suspenso: curiangos, urutaus, rola-caldo de feijão, pomba de bando, anu preto e anu branco, curió, azulão, periquito rei, inhambu-xororó, entre centenas de outros.
As lixeiras de R$ 900,00 seriam trocadas por autênticas e belíssimas cabaças, frutos dos cabaceiros, das cuieiras e dos porongos que partidos em vários formatos, esvaziados do miolo, polidos, tingidos e decorados com incisões de exímia precisão, servem como baldes, coiós, bacias, copos, tigelas ou como cuias de tomar água e teréré.
Para conforto de seus convidados, pesquisadores e professores, quem sabe também beneficiários de fartas verbas da Finatec, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, escalaria uma criadagem de alguns candangos, de preferência autênticos, mas não tão alquebrados pela idade que pudessem comprometer o bom serviço.
Para mordomo, nada melhor do que um coloridíssimo indígena, com cocar fenomenal, pleno de coloridas miçangas, representando, orgulhosamente, todos nós brasileiros em flagrante desarmonia estética com os devassos.
Adorei sua abordagem da estética do projeto que deveria guardar uma consistência harmoniosa em seu conjunto.
Perguntei-me se não sairia mais em conta um projeto de decoração em total harmonia com o cerrado do planalto. Mesmo porque até uma oca certamente mantém uma estética em perfeita harmonia com a ocara e com seu meio ambiente.
Com uma flora riquíssima, nosso cândido reitor poderia escolher entre 1.000 espécies do estrato arbóreo-arbustivo, e 2000 do herbáceo-subarbustivo para ornamentar sua luxuosa laje.
Gravuras de vertebrados do cerrado certamente não faltariam para ornamentar suas paredes desde a jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, o urubu-rei, o tatu-peba, o tatu-galinha, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira, o veado campeiro, o cateto, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e quem sabe uma onça-parda ou pintada, e, finalmente, por que não, uma solene anta, espécime que mereceria especial destaque em sua decoração, como a representá-lo em sua moita.
Mas a grande apoteose seriam as aves do cerrado que gorjeariam em seu maravilhoso jardim suspenso: curiangos, urutaus, rola-caldo de feijão, pomba de bando, anu preto e anu branco, curió, azulão, periquito rei, inhambu-xororó, entre centenas de outros.
As lixeiras de R$ 900,00 seriam trocadas por autênticas e belíssimas cabaças, frutos dos cabaceiros, das cuieiras e dos porongos que partidos em vários formatos, esvaziados do miolo, polidos, tingidos e decorados com incisões de exímia precisão, servem como baldes, coiós, bacias, copos, tigelas ou como cuias de tomar água e teréré.
Para conforto de seus convidados, pesquisadores e professores, quem sabe também beneficiários de fartas verbas da Finatec, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, escalaria uma criadagem de alguns candangos, de preferência autênticos, mas não tão alquebrados pela idade que pudessem comprometer o bom serviço.
Para mordomo, nada melhor do que um coloridíssimo indígena, com cocar fenomenal, pleno de coloridas miçangas, representando, orgulhosamente, todos nós brasileiros em flagrante desarmonia estética com os devassos.
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