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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Grande mestre

Sempre tive facilidade para esportes. De bolinha de gude ao tênis, qualquer esporte.

Por exemplo, aos quarenta e tantos anos fui para uma fazenda, às margens do Araguaia.

Para chegar lá se ia de Goiânia à Bandeirante num pequeno avião monomotor. De lá, de barco até a sede.

Lá chegando, Carlos, o piloto retira sua bagagem e junto um belo par de esquis. Disse-me que iríamos esquiar. Nunca havia esquiado em minha vida.

Saí na primeira tentativa todo prosa e fagueiro, num delicioso passeio esquiando pelo rio!

Dizem as más línguas que meu sucesso deveu-se ao pavor de cair no rio, sempre cheio de piranhas, os peixes. Faz sentido.

Aos trinta comecei a jogar raquetinha, o mini tênis. Daí ao tênis foi um passo. Em uma semana de aulas já batia bola com meu instrutor, o Lelé Fernandes, como se jogasse há muito tempo.

Nunca fui um bom jogador mas, para estreante, jogava bem direitinho. Foi um esporte que me deu muitas alegrias, até que um dia meu joelho estourou.

A facilidade que tenho para o esporte é a mesma que tenho para fugir de um bisturi. Acabei preferindo abandonar o tênis. Comecei, então, a caminhar.

Precisa saco, mas quando me mudei para Piedade, o que era chato virou prazer, caminhando todas as manhãs pela praia.

Voltou o joelho a me incomodar. Fugi de novo, parei com a caminhada e comecei a nadar. De costas, coisa que nunca havia feito. Explico.

Não é preferência pelo estilo é que após uma cirurgia na laringe, da qual não me atrevi a fugir, quando nado crawl e viro a cabeça para respirar, a garganta dá uma pequena fechada o que dificulta a respiração.

A solução foi nadar leve e solto de costas respirando livremente todo o ar do mundo.

Há anos atrás já havia, também, praticado um pouco de jiu- jitsu e caratê. De repente, não é que me pego voltando às artes marciais?

Descobri-me um feroz lutador de um misto de caratê com capoeira. Dou pernadas e chutes de um verdadeiro mestre faixa preta.

Espanta-me a velocidade e a força do impacto dos meus golpes. São destruidores, dignos de um verdadeiro campeão.

Só tem um problema, resolvi praticar o esporte à noite e, pior, dormindo!

Já quebrei as unhas dos dedões dos pés em certeiros “bicos” na parede do quarto. Acordei aos urros de dor.

Adotei a única solução de emergência que me ocorreu: desencostei minha cama da parede antes que quebrasse todos os meus pododáctilos.

Agora devo chutar com a mesma maestria mas, apenas, o espaço.

Atenção! Quando me virem dormindo, para sua segurança, mantenham distância!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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6:03 PM  

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