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segunda-feira, setembro 14, 2009

E na bundinha não vai nada?


Em dezembro de 1972 o então ministro da Fazenda do governo Médici, Delfim Netto, foi um dos que assinaram a criação da Infraero que nasceu a partir de um compromisso das autoridades da Aeronáutica de que seria uma empresa para regular o setor com, no máximo, 600 funcionários.

Hoje a Infraero emprega 28 mil trabalhadores, administra 67 aeroportos, 81 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística. E o Delfim, hoje deputado federal, a chama de Frankenstein. Esta parece ser a sina das empresas estatais: crescer, inchar até se transformar em cobiça dos partidos e políticos quando se instala a corrupção. E assim gira o patrimonialismo brasileiro.

Note que estamos falando dos tempos da ditadura e os responsáveis pela criação do Frankenstein não eram políticos nem votados pelo povo. Eram funcionários de carreira militar que ascenderam ao topo por mérito, formação ou tempo de serviço.

Hoje se cogita a criação da Petrosal, entidade para regular a exploração dos campos petrolíferos situados abaixo das camadas do pré-sal. Não é difícil entender que o projeto já nasça sob fogo cruzado dos políticos antevendo oportunidades de se locupletarem.

Semana passada noticiou-se que as obras da Procuradoria Geral do Trabalho foram retomadas e seu projeto previa a instalação de vasos sanitários com duchas higiênicas internas com temperatura de água regulável pela bagatela de R$ 23 mil a unidade. Pegou mal. Reviram o projeto e optaram por outra da mesma marca, Geberit, de apenas R$ 4,7 mil!

Nenhum dos procuradores "bunda limpa" foi eleito pelo povo. Todos foram aprovados em concurso por sua boa formação e capacidade. Mas a sina do estado prevalece mesmo assim. Se o dinheiro é público, locupletemo-nos! Em suas casas devem fornecer aos seus funcionários domésticos papel higiênico Tico Tico, lixa 5. Para economizar.

Enquanto isso os pobres que recebem do governo a bolsa família ao comprarem uma manteiga pagam 56% de imposto real. Pagam 12 bananas e comem somente oito, as outras quatro são impostos. E assim vai, no açúcar pagam 44% de imposto, no óleo de cozinha 35%. Ou seja, com uma mão o governo provê a bolsa e com outra toma, em média, 36% em impostos.

Assim que saem dos bolsos privados, pobres ou ricos, a grana vira verba pública para financiar essas lambanças promovidas pelas estruturas do estado. Não adianta ficarmos olhando o presente e a corrupção solta de nossos políticos sem pararmos para repensar o estado brasileiro, seu renascimento. Temos que refundá-lo a partir de seus legítimos donos os cidadãos brasileiros e não pelos amigos do rei que se lambuzam em podridões.

Temos que pensar além da atualidade e tentar participar de um novo país, diretamente ou apoiando mudanças fundamentais com outros agentes que não os atuais. Temos que esquecer os personagens de hoje, evitá-los, eliminá-los, todos, da vida pública.

Senão na bundinha deles vai duchinha temperada e nas nossas, nabo.