Vacina e reação

Este ano, pela primeira vez, resolvi me vacinar contra a gripe. Resolvido, radicalizei. Optei por uma vacina tríplice contra a tal gripe A e contra duas influenzas.

Adulto, foi a primeira vez que me vacinei. Não sou chegado a agulhas e injeções.

Fui a uma clinica particular chamada Vaccine. Local muito ascéptico, bem montado e com uma recepcionista muito simpática. Aliás, recepcionista, secretária e aplicadora da vacina. Pedi que me espetasse no glúteo. Disse-me que a resposta da vacina era melhor no braço.

Também, pela primeira vez na vida, já provecto, tive de aceitar a injeção no braço. Surpreendi-me. Não senti nada mesmo a primeira agulhada tendo sido refugada já que atingiu um vaso sanguíneo.

Uma senhora que esperava para vacinar o filho perguntou se eram preciso duas vacinas. Antecipei-me à atendente e respondi que não. Este era um privilégio meu.

Voltei para casa com o entusiasmo do dever cumprido.

Passados dois dias comecei a me sentir mau, como se gripado estivesse. Consultei meu filho médico e ele me disse que é normal uma pequena reação à vacina.

Descobri, então, que o bom de se vacinar é que você sabe quando vai passar mau. A gripe não lhe pega desprevinido. Estou há dois dias num desânimo de pegar com pá.

O pior é que pela manhã, na hora da minha natação, a maré está baixa, a praia linda, a água limpíssima e no fim da tarde a lua cheia.

E eu na rede curtindo minha ressaca antiviral!

Enfim, um gênio!

Não costumo assistir, mas dias atrás vi parte do programa politico do PR. Terminava com seu presidente o ex-ministro do trabalho (?) Alfredo Nascimento dizendo triunfante que “com o desenvolvimento o país só tem a ganhar!”

Emocionei-me às lágrimas. Que clarividência, que lucidez, que conclusão maravilhosa que só pode ser fruto de uma inteligência superior. Curtam vocês este primor: o país só tem a ganhar com o desenvolvimento!

Esse camarada é um iluminado, só pode ser. Para chegar a conclusão tão inédita deve ter consumido anos de pesquisas nas melhores universidades do mundo, participado de reuniões profundas em "think tanks" mundo afora.

Vou ficar de olhos e ouvidos atentos nessa sumidade para não perder nenhum lance de sua argúcia, saber e visão estratégica.

Aliás devemos dar crédito às aparências. Ele tem ou não tem cara de gênio? (Não confunda, ele é o da esquerda na foto.)

Cidadão, você merece!

“Você deve notar que não tem mais tutu

e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira

e dizer que está recompensado

Você deve estampar sempre um ar de alegria

e dizer: tudo tem melhorado

Você deve rezar pelo bem do patrão

e esquecer que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé

Se acabarem com o seu Carnaval?”

Ouvia ontem a música do Gonzaguinha “Comportamento Geral” e a letra nunca me pareceu tão atual. Composta no tempo da ditadura criticava com veemência a nossa conformidade com os disparates da repressão e da falta de liberdade.

Hoje não temos repressão e temos liberdade para eleger quem quisermos. Mesmo assim continuamos nos comportando como totais imbecis elegendo uma cambada de meliantes para os mais altos cargos da política brasileira.

A esculhambação geral, o assalto aos cofres públicos, dólares na cueca, nas meias, nada, nada nos comove. Li ontem que os cartões corporativos da presidência da república já consumiram, desde 2003, R$ 280 milhões, mais de R$ 100 mil ao dia! Ex-senadores têm plano de saúde vitalício!

Na câmara dos deputados 39% seriam ficha suja e no senado 31%. Você acha que existe alguma possibilidade de aprovarem a lei dos “ficha limpa” para estas eleições, sem subterfúgios para escape?

As eleições estão se aproximando. Infelizmente a copa do mundo também. Infelizmente porque pensamos que ser brasileiro é vestir uma camisa verde amarela e sair buzinando pela cidade.

Em outubro vamos eleger o novo presidente da república, senadores e governadores, mas só importa os convocados do Dunga. As eleições só servem “para encher o saco, atrapalhando nosso feriado”. Cidadania? Desconheço e dane-se!

“Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé

Se acabarem com o seu Carnaval?”

A GVT e a minha sina!

Resolvi mudar de operadora. Mudei para a GVT. Não agüentava mais o mau atendimento da Oi.

Liguei e fui muito bem atendido para assinar o plano com telefone, banda larga de 10 giga, identificador de chamadas e tantos minutos mensais que jamais usarei.

Quando será efetuada a troca com portabilidade? Respondeu-me a atendente que em 24 horas um técnico me ligaria marcando hora para a instalação. No mesmo dia ligou-me o técnico querendo saber se eu poderia recebê-lo dois dias depois. No período da manhã ou da tarde?

Pela manhã, respondi. Veio à tarde. Instaladas as tomadas e internet disse-me que em 48 horas seria feita a migração com a portabilidade. Demorou 5 dias. Disse-me que após aquele prazo eu ficaria sem linha por duas horas. Fiquei 24 horas.

Quando tudo começou a funcionar o identificador de chamadas não funcionava. Liguei e me perguntaram se meu aparelho tinha a tecnologia FKS ou algo parecido. Disse que não sabia e que esse requisito em nenhum momento me foi colocado. Meu aparelho não tinha a tal tecnologia.

Comprei um novo. Hoje pela manhã o meu telefone ficou surdo e mudo. Liguei para a GVT.

O senhor está falando do telefone com problema? Como não era piada respondi que não já que meu telefone estava mudo. O senhor está perto do telefone? Não, minha senhora, estou na casa de um amigo. Mas para fazer o procedimento o senhor tem que estar perto para ligar e desligar o modem da internet para dar seqüência ao procedimento.

O senhor não tem um celular? Respondi que não era da conta da GVT. O problema da GVT era resolver o problema do meu fixo. É que se for algo relacionado ao modem vamos ter que cobrar R$39,00 pelo serviço. Mandei não abrir procedimento nenhum e desliguei.

Mais tarde liguei do celular. A atendente em nenhum momento perguntou se eu estava perto do aparelho e do modem da internet. Disse-me que o técnico teria 24 horas para resolver o problema.

Perguntou-me se me importava de ouvir uma pesquisa que avaliasse seu atendimento. Disse-lhe que pela minha boa vontade com a GVT no momento preferia não avaliá-la.

A GVT agradece seu chamado, boa tarde.

Boa tarde.