Meusditos

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Local: Varanda em Pernambuco

domingo, maio 28, 2006

Vizinhos


Antigamente vivia-se em casas, lembra?

Na de meus pais, por exemplo, onde vivi até os 26 anos, tinha jardim, um belo quintal com jabuticabeira, palmeira, dependência de empregados, lavanderia, e até canil. Meu pai, entre outros hobbies era caçador e criava pointers, o famoso perdigueiro, um cão meigo brincalhão e estabanado.

Costumava homenagear parentes dando seus nomes aos cachorros. Eu tive, que me lembre, duas homenagens, o Bartô e o outro Bartô. Eu adorava os Bartôs, principalmente o primeiro. Esperto, inteligente, eu moleque ainda, brincávamos de esconde-esconde. Dava sempre empate por que gostávamos mesmo era da alegria e da festa do encontro!

Mas falava eu de casas. Há tempos moro em apartamento. Gosto, não desgosto. Tem suas vantagens. É prático, mais seguro, escolhendo direito, uma boa paisagem e por aí vai.

Mas tem um complicador seriíssimo: vizinhos!

Onde morava uma família de repente moram 20, 30, 50, 100 dependendo do caso. Com o vizinho da casa ao lado o papo era, normalmente, cordial e qualquer coisa que incomodasse discutia-se num papo de portão. Você sabia quem era a família. Se amigos não fossem, inimigos não eram. Havia respeito e maior privacidade. Se seu vizinho era chegado a arrastar móveis ou batucar na parede à meia noite, ou o filho jogar bolinha de gude na sala, problema dele. Se batesse as portas ao entrar e sair, se o casal se esgoelava aos gritos, raramente isso lhe incomodava. Em apartamento não. Tudo acontece ao seu lado ou em cima de você. A bolinha de gude vira uma máquina de fazer doidos rolando pela sala do vizinho, as portas que batem são em frente à sua!

Em apartamentos que dividem o andar, os papos do vizinho no hall de entrada atrapalham a música que você se esforça para ouvir. Isto quando o indigente não tem a mania de deixar aberta a porta do apartamento. Aí vira feira.

Para morar em condomínio há que se ter cuidado. O som não pode ser de trio elétrico, pregos, martelos e furadeiras têm que ser utilizados com parcimônia e em horários adequados, ou seja, das 10 h da manhã às 10,15 h da mesma manhã nas quartas feiras. E olhe lá!

Você cruza com uma infinidade de pessoas na portaria, na garagem, nas áreas comuns. A maioria você não conhece, não sabe de quem se trata, mas tem uma certeza: são seus vizinhos.

Alguns parecem que mudaram para o seu prédio diretamente de um pombal. Usam as varandas para falar com outros vizinhos como se varandas fossem interfones.

Hoje mesmo meu vizinho de cima, que só conheço por seus hábitos barulhentos, resolveu chamar de sua varanda no 11º andar ninguém menos que o barraqueiro da praia a 50 metros de distância, na praia. Como o barraqueiro não ouvia não teve dúvida mandou ver um assobio de chamar cachorro do além!

Calmamente com toda a educação que o delicado momento exigia, na minha rede tomando uma cervejinha, grunhi a uma altura suficiente para que ele ouvisse: puta que o pariu era só o que faltava! Não precisei assobiar, ele ouviu.

Minutos depois, vejo um balofinho brancoso, banho tomado, ir ao encontro do Ceará, o barraqueiro da praia. Nada como um bom argumento para convencer o vizinho que a melhor e mais eficaz maneira de falar com alguém na praia é ir até a praia. Espero que ele tenha aprendido. Eu aprendi e não me furtarei de novas investidas ao castiço e claro português para defender a dignidade do local.

Outro dia uma babá tomando conta de um garotinho, já suados depois de correrem pela garagem com um carrinho daqueles elétricos feitos para serem atropelados, acompanhou-o num banho de piscina. Vestida. Saia, daquelas compridas, pretas, tipo evangélica, blusa, imagino eu, calcinha e sutiã, e havaianas. Nada contra desde que haja cloro suficiente na água para encarar todas as colônias de bactérias existentes em tão farta cultura!

E o vizinho que acha que pode deixar o carro na sua garagem por um tempinho? Justamente no tempinho que você chega e quer estacionar na sua garagem e, ainda por cima, apertado para fazer xixi.

Minha vizinha de frente outro dia se queixou que parecia não ter vizinho já que não escutava nenhum som vindo de meu apartamento. Veja você! Descobri que meu vizinho ideal sou eu mesmo, pode?

O filé


Lidas a Veja e a Carta Capital, resolvi tirar os maus fluídos revelando a vocês um segredo gastronômico: um filé bem feito. Daqueles crocantes por fora e macios e suculentos por dentro. Verdade.

Todo mundo acha que já comeu um bom filé. Certamente já comeram. Mas não “o” filé!

Não estou falando de molhos, filé à gorgonzola, aos quatro queijos, ervas finas, ao funghi, filé isso, filé aquilo, não. Estou falando da matéria prima, primeira, o filé.

Começa pela boa compra da carne. Hoje, qualquer supermercado de alguma categoria vende cortes de filé mignon de boa qualidade. Ah, ia me esquecendo, estou sempre falando de filé mignon.

Cortes como escalope, tornedo, chateaubriand. Todos tem de ser proporcionalmente altos para o tipo de corte. Mesmo o escalope tem que ter um dedo, pelo menos, de altura. Os outros dois no mínimo quatro cm. Nunca congelados, somente resfriados.

Frigideira a postos, manteiga e sal. Isso é tudo o que você precisa para fazer um ótimo filé.

Não tempere a carne com nada. Absolutamente nada, nem sal, nem temperos, nada. Os temperos e o sal retiram água da peça fazendo com que perca a maciez.

Aqueça uma porção generosa de manteiga na frigideira.

Agora vem o primeiro segredo. Quando você achar que a manteiga já está quente, deixe mais um pouco e depois coloque a carne. Nada de sal, agüenta firme!

Agora o segundo segredo. Quando o sangue da carne começar a aparecer na parte superior está na hora de virá-la. Vire-a, coloque um pouco de mantega na parte já tostada e, agora sim, polvilhe o sal a gosto. Assim que o sangue aflorar novamente retire, vire-o, coloque no prato e repita, um pouco de manteiga e sal.

Está pronto o melhor filé do mundo! Simples, não? Experimente.

O acompanhamento de sua preferência, legumes, fettucini a Alfredo, funghi porcini, molho de estragão, o que você quiser.

Em homenagem não esqueça de dizer que é o filé Maria Albertina, minha mãe, que me ensinou a fazer e completa oitenta e pouquíssimos anos no próximo 30 de junho.

segunda-feira, maio 22, 2006

Espeto corrido


Panturrilhas de caminhoneiros do Sul!

Este parece ser o acepipe preferido, ultimamente, pelos tubarões de Boa Viagem e Piedade, praias da região metropolitana do Recife. Em menos de dois meses já devoraram duas!
Em abril a de um caminhoneiro catarinense e ontem a de um paranaense.

Não se sabe ainda ao certo o porque da preferência, mas tudo indica que é o sotaque somado ao forte bafo de cerveja. Os tubarões pensam que é churrasco.

Portanto, meu caro, se você é do sul encoste seu caminhão onde as praias são protegidas por arrecifes.

Essa onda de tubarão incomoda.

Quase toda manhã costumo caminhar pela praia e depois tomar um banho de mar. Só entro no mar nas piscinas naturais protegidas por arrecifes. Mesmo assim, quando a maré está cheia, fica aquela impressão de que você vai ser surpreendido por um faminto tubarão tigre!

Outro dia, por via das dúvidas, consultei um pescador, daqueles tradicionais que nasceram na praia e vivem da pesca.

“Meu camarada, com a maré cheia desse jeito não tem perigo de um tubarão entrar por aqui e me dar umas dentadas?”

“Não de jeito nenhum, respondeu. Tubarão, onde tem pedra, não entra”.

“Porque?, perguntei.”

“Sei não, doutor, tubarão é meio desconfiado!”

Confesso que não fiquei muito tranquilo com a resposta.

terça-feira, maio 16, 2006

DosPu


Assistia ontem, constrangido, ao Jornal Nacional que reportava o caos em São Paulo na guerra da marginalidade encarcerada contra a marginalidade encastelada DosPu quando se anuncia sua interrupção para a transmissão de programa eleitoral gratuito e obrigatório.

Era um programa do PP daqui de Pernambuco, um partido DosPu. De início pensei que fosse uma continuação do jornal já que a cena inicial do programa exibia, faceiro, o Severino Cavalcanti, o marcola da política em Brasília, rei do baixo clero, que renunciou ao mandato para não ser cassado por corrupção, mas que ainda manda no Ministério das Cidades com o beneplácito de Lula et caterva! Mas, não. Era mesmo o programa de um partido político. Partido do Maluf, do Severino, do Pedro Corrêa, enfim, repito, um partido político do Brasil.

Não conheço as pessoas que apareceram, mesmo porque seus nomes grafados em vermelho escuro sobre azul escuro quadriculado não permitia a leitura de seus famosos nomes. Mas todos elogiavam o grande Severino, ex-presidente da Câmara DosPu. A impressão que tive foi de que, como todo bandido, não queriam ser reconhecidos. Ou, quem sabe, até eles, estavam com vergonha de aparecer naquele espaço e com tais companhias.

Com a mesma vergonha que eu sentia ao assisti-los.

segunda-feira, maio 15, 2006

Brasiiiilll


Perdi a graça, o élan, o ânimo. O Brasil perdeu o rumo.
Não existe almoço grátis. Não podemos pensar que a sociedade aceite há anos a falta de vergonha, o descaramento, a corrupção despudorada, o escárnio dos políticos, a falta de investimentos sociais e que a vida continue. Eu andando na praia, você indo ao cinema, fulano dando uma festa, sicrano se casando e vamos levando a vida cegos para a realidade, para a pobreza, para a miséria que nos afronta e que nos negamos a enxergar.
O Brasil está se esfacelando, se desmanchando. É hora de fazermos a nossa parte, criarmos vergonha na cara e não perdermos nenhuma oportunidade de urrar em protesto contra a devassidão moral do país.
Incrível que os bandidos dos PCCs da vida tenham que nos mostrar que a hora chegou, que a marginalidade comanda, desde o presidente da república até o garotinho cheirador de cola.
Não dá mais para convivermos com a podridão dos políticos, dos empresários corruptos, dos destruidores do meio ambiente, dos achacadores dos três poderes, dos religiosos profanos e ladrões, do guarda de trânsito mordedor, dos policiais meliantes e com o cinismo geral da nação.
Com a nossa podridão!
Chegou a hora de reagirmos contra tanta safadeza que deixamos nos acontecer.
Hoje, realmente, perdi o élan.

quinta-feira, maio 11, 2006

Vem neném

E agora Mané?

quarta-feira, maio 10, 2006

De espiões e cachaçadas


De repente o mouse não obedece ao comando, as páginas da internet não abrem e o micro trava. Assim começa o seqüestro de seu micro por um vírus espião qualquer. Avisado você corre a mudar senhas de bancos e que tais. Foi o que me tirou do ar desde 20 de abril.

Para piorar, a Telemar resolveu mudar o processo de acesso do Velox de banda larga. Conseguiram colocar na tela instruções que não valiam para Pernambuco o que congestionou seu já ineficiente call center. Levei mais de cinco dias para conseguir ser atendido e resolver a questão.

Ficou a pergunta, quem estaria interessado em me espionar? Alguém da cúpula do PT não seria, muito menos deputados que não se dedicam a pequenos assaltos. Sobrou o Severino Cavalcanti que é chegado a mordidelas.

Em todo caso instalei um Internet Security da Symantec com anti tudo. Meu medo é que o programa de tanto aviso e alarmes acabe por proibir meu acesso ao micro!

Mas vamos ao que interessa. Nesses dias fora do ar aconteceram tantas e tão boas que fiquei pensando que era uma perseguição proposital aos meusditos. Tudo acontecendo e eu inoperante! Vamos por partes.

Operação sanguessuga prende 40 larápios que mais uma vez fraudam o Ministério da Saúde todos ligados a deputados e afins. Agora parece que já são 80 os deputados envolvidos com as emendas ladronas. Não pode existir nada mais saudável do que o Ministério da Saúde. Agüenta chupão por décadas, destrói hospitais e clínicas, mata segurados do INSS e continua firme dando emprego a ministros, aspones de políticos e assaltantes em geral.

Lula concorda com a expropriação do patrimônio da Petrobrás na Bolívia. Está preocupado com o sofrido povo boliviano e entrega a propriedade do sofrido povo brasileiro. A Bolívia tem oito milhões de habitantes. Se todos viverem na miséria serão metade dos 16 milhões de brasileiros que vivem em estado de pobreza no nordeste do Brasil. Só no nordeste! E o gênio preocupado com los hermanos! Só pode ser a marvada!

O próximo passo do Evo será expropriar terras de agricultores brasileiros e bolivianos em nome de uma improvisada reforma agrária contra os latifúndios. Se o Lula tratar o assunto como trata com os MSTs no Brasil podemos contar com o seqüestro das terras. E aí a coisa vai para o brejo. Quanto valerá o cargo do Morales e quanto tempo durará? Entre 2000 e 2005 morreram 100 pessoas entre camponeses e fazendeiros, pelo mesmo motivo.

Silvio Pereira, o ex-secretário geral do PT chegado a receber Land Rover de mimo, entrega mais uma vez a maracutaia petista, tem um ataque de nervos e, enlouquecida, destrói seu apartamento aos berros de “vão me matar, vão me matar!”

Agora, cá entre nós, a melhor mesmo é a do Garotinho. Pode alguém ser mais patético, mais primário, mais boçal, mais veadinho? Greve de fome por ser acusado de corrupção? Tem dó. Será que nem isso aprendeu com o Lula? O maior suspeito de corrupção de todos os tempos da história deste país depois de ouvir as declarações do Silvinho passeou de trem Maria Fumaça, de charrete, tomou uma cachaça Salinas e devorou um leitãozinho à pururuca no sítio em Ouro Preto do ministro Mares Guia. Mais uma cachaçada da boa!

E o debilóide fazendo greve de fome! Esse menino nem Jesus salva!