Meusditos

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Local: Varanda em Pernambuco

domingo, abril 25, 2010

Vila Alda e a laje

O edifício Vila Alda é um prédio a beira mar na praia de Piedade, um apartamento por andar, que devem valer uns R$ 250 mil reais cada um. (É que o prédio anda meio acabado).

Supõe-se que quem amealhou esse dinheirinho deve ter tido alguma educação em casa e acesso ao primeiro ou até mesmo ao segundo grau. Deve ter aprendido além das matérias fundamentais como aritmética, português, e ciências, algumas noções de civilidade e convívio em sociedade.

No caso desse prédio a suposição está errada frente à realidade dos fatos. Seus condôminos são useiros e vezeiros em dar festas que varam a madrugada ao som de verdadeiros trios elétricos com o som de centenas de decibéis tocando refinadas obras primas musicais como “Rebolation”!

Tudo a céu aberto a beira da piscina e no deck, um “puxadinho” que invadiu a área pública da praia.

Ontem vizinhos reclamaram para o porteiro que disse que em meia hora o som terminaria. Não terminou. Chamada a polícia, diminuíram o som para aumentá-lo ainda mais quando ela se foi num regozijo de sua arrogância, prepotência e falta de respeito.

O mais grotesco é que a festa era de um tal “seu Mário”, subsíndico do prédio. O evento foi digno de uma grande festa na laje e, pela suntuosidade, seu Mário seria um líder da comunidade.

Mas, não. Neste caso o personagem é tão somente mais um dentre os cidadãos de péssima educação.

quinta-feira, abril 15, 2010

Pamonha, leia as letrinhas!

Chama atenção um spot nas rádios de Recife anunciando a Sky TV. Com uma locução com humor e quase agressivo diz que quem não assinar a Sky com 100 canais por R$ 69,90 é um pamonha, pamonha, pamonha. Com voz pausada de jacu repete o mote.

Curioso, fui ver o contrato no site da própria. O valor é válido por somente três meses, depois sobe para R$ 84,90.

O problema é que esta informação está nos famosos asteriscos que remetem o leitor para as também famosas letrinhas minúsculas do contrato. Só por este detalhe de tentativa de enganar o consumidor já eliminei essa TV de uma eventual futura assinatura.

A impressão que fica é que pamonha é o assinante que cai na esparrela dos asteriscos e das letrinhas, letrinhas, letrinhas.

quarta-feira, abril 14, 2010

Maestro Rieu e Maestro Forró


André Rieu é um maestro, holandês que rege a Johann-Strauss-Orchestra nos melhores templos da música na Europa e pelo mundo afora.



O maestro Forró rege a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, principalmente, em locais públicos do Recife. O que eles têm em comum?

Vamos começar pelas diferenças, que são gritantes.

Rieu é um sofisticado instrumentista, maestro e arranjador que conta com recursos de primeiro mundo para suas apresentações com uma orquestra com músicos refinados e de primeira linha.

Forró um maestro, instrumentista e arranjador que conta com parcos recursos com músicos com a formação possível nessas plagas.

Em comum tem o propósito de quebrar a rigidez formal da regência e das apresentações tornando seus espetáculos escrachados, divertidos, únicos e sem perder a qualidade musical.

Rieu em suas apresentações torna-se um showman que traz ao palco cantores líricos, bailarinos, mágicos todos com esmerada formação e compromisso com a informalidade do maestro. Participam de bom grado e com extrema competência da geléia geral regida pelo esculhambador mor do espetáculo. Seus “shows” são imperdíveis.

Já o Maestro Forró formou sua orquestra com músicos competentes e também comprometidos com seu regente que transforma todo seu corpo em batuta de regência. Veste-se a caráter para não deixar dúvidas sobre sua proposta: bermuda, camisa multicolorida, gravata idem e um par de óculos que registram sua marca.

Sua regência é um extremo exercício de mãos, braços, pernas, caras e bocas. Rege até de ponta cabeça sem perder o ritmo, o compasso e o controle sobre seus músicos. É impagável. Seu repertório é principalmente composto por frevos que mistura com competência com outros ritmos, arriscando até mesmo transformá-los em valsa de Strauss.

Tivesse os recursos certamente trilharia a fama de seu companheiro Rieu.

sábado, abril 10, 2010

É a vida o cacete!

Tenho amigos que desde que completaram 30 anos ficam na fossa quando aniversariam uma nova década. Eu confesso, nunca dei a mínima.

Ultimamente tenho começado a me preocupar. Depois dos sessenta tem gente morrendo com irritante naturalidade.

Quando se tem 30, 40, 50 anos e até mesmo próximo dos sessenta quando alguém parte dessa para melhor (nunca ouvi expressão mais ridícula que essa) é uma surpresa geral: puxa coitado, tão moço! O que foi que aconteceu? E por aí vai.

Depois dos sessenta morre-se e o único comentário que se ouve é o famoso “é a vida”.

É a vida o esquimbáu! Na minha hora exijo as lágrimas da surpresa e os aplausos em homenagem. Sem essa de “pois é, é a vida”.

A vida é a vida!

PS: O quadro que ilustra esta postagem é de Luis Pius, pintor portugues.

terça-feira, abril 06, 2010

Os "limpa mãos"!


Todos devem ter visto o ex presidente Bush Jr. limpar sua mão na camisa do outro ex, Bill Clinton, após cumprimentar um popular no Haiti. Comentávamos, eu e meu filho, a grosseria do gesto que revelava indisfarçada aversão ao populacho.

De imediato nos ocorreu que a Dilma e o Serra tem cara de fazerem parte do clube dos “limpa mãos”. Dos candidatos a presidente a única que se salvou, em nossas considerações, foi a Marina Silva, genuinamente pessoa do povo que demonstra por ele respeito e consideração.

Lembrei-me, também, de pessoas que no aperto de mão empurram o interlocutor afastando-o de si para não dar chance de maiores intimidades. Seu cumprimento ao invés de transmitir cordialidade transmite repulsa. Não são raros esses tipos.

Fiz um pequeno exercício de tipos que devem compor o time dos “limpa mãos”. Os primeiros que ocorrem são os políticos que usam de várias estratégias para evitar um contato pessoal com o povão.

As mais freqüentes são as tais carreatas onde os candidatos se aboletam numa van qualquer e acenam para a cupinchada que encontram pelas ruas a segura distância de um aperto de mão ou pior ainda, Deus nos livre, de um forte abraço.

Mas a unanimidade absoluta, sem chance para ninguém, não podia ser outro: o papa.
É a personificação escarrada de um “limpa mãos”.