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Local: Varanda em Pernambuco

quinta-feira, agosto 28, 2008

A marca do Dr. Olavo




Em 1970, moleque recém formado em economia, fui trabalhar no Banco Itaú América convocado pelo Francisco Alberto Madia juntamente com o Walter Bueno para lá implantarmos a primeira área de marketing num grande banco brasileiro.

O Itaú era tocado pelo então diretor geral, Olavo Setubal.

Época de ebulição do sistema bancário com fusões e incorporações quando surgiram os grandes bancos de hoje.

O Itaú formado por fusões do Itaú de Minas com o Federal de Crédito e posteriormente com o Banco da América consolidou-se incorporando o Banco Português, o Sul Americano e outros menores que não me lembro mais.

Quando entramos no Itaú a primeira preocupação mercadológica era dar identidade a um banco resultado de tantas marcas. Resolveu-se que o nome do banco seria somente Itaú e pedimos à DPZ Propaganda um estudo de logotipo.

Criada pelo Francesc Petit a marca Itaú foi aprovada após um incidente interessantíssimo que define bem o jeito do Dr. Olavo resolver cartesianamente as coisas, como ele próprio dizia.

A proposta da marca era o logotipo de hoje. O logotipo anterior, que permaneceu após a incorporação do Banco da América, era um triângulo invertido desde o Itaú Federal de Crédito.

O diretor da área, Alex Thiele, achou melhor manter o figurativo antigo junto ao nome Itaú temeroso de contrariar diretores acionistas dos bancos incorporados.
Não tinha nada a ver, mas lá fomos nós apresentar a marca ao Dr. Olavo.

Na reunião, contrariados, apresentamos a marca mista o logo do Federal e o nome Itaú. Dr. Olavo olhou e disse com sua objetividade: ou é Itaú ou não é, assim não dá!

Malandramente, à revelia do Alex, eu havia levado para a reunião as pranchas com as artes finais da marca pura, como é até hoje. Falei: “Dr. Olavo esta é a marca que gostaríamos de aprovar.”

Ele olhou, me encarou e disse: Ah, bom, esta sim! Bateu na mesa e aprovou a marca.

Esta era a marca do Dr. Olavo: decisões firmes, seguras sem titubeios com um carisma e liderança que não davam margem a dúvidas.

Tenho por ele enorme admiração!

terça-feira, agosto 19, 2008

Paliçadas de Piedade II

Agosto chegou com suas marés cheias, ventos fortes e as pequenas paliçadas de Piedade resistiram bravamente. O único incidente foi provocado por marginais que arrancaram algumas madeiras para fazer traves na sua pelada de praia. Repostas, lá estão elas firmes e fortes.

Fico agora me perguntando como e porque fazer a proteção dos muros dos edifícios com rochas que degradam a praia acumulam lixo e são morada de ratos e baratas. Como já disse em postagem anterior, em 12 de julho, a resposta que ocorre é que são obras para fazer caixa dois para a campanha do prefeito e caixa um para seus asseclas.

Até que terminem os estudos oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco buscando uma solução definitiva para o problema do avanço do mar, as paliçadas são menos agressivas com a beleza de nossas praias. Nem as rochas nem as paliçadas impedem o avanço do mar, simplesmente protegem as construções do choque de suas águas.

Até onde tenho conhecimento a solução seria o “engordamento” da praia, trazer areia do fundo para aterrar a praia como foi feito com sucesso no Rio, em Copacabana e no aterro do Flamengo.

Para tornar mais inoportuna a ação do enrocamento, em outubro teremos eleições para prefeito e, se Deus quiser, seremos poupados de mais uma administração do atual Newton ou Nilton Carneiro, não se sabe ao certo.

Sei que o engordamento da praia é parte dos projetos de pelo menos um candidato a prefeito, o André Campos, nosso vizinho de bairro. Seria mais apropriado aguardar as eleições para definir o que deverá ser feito.

O mês problema, agosto, já está terminando sem outros danos além dos já causados em meses anteriores.

Agora não há essa pressa toda para ficar com soluções pontuais, de improviso, sem base científica, emporcalhando nossas praias.

segunda-feira, agosto 18, 2008

A vara e a mandioca!

Veja você, a vara sumiu. Não uma varinha qualquer fácil de ser escondida ou agasalhada. Não, sumiu uma senhora vara de mais de quatro metros. Lembrou-me aquela história da madame, já passada em anos, olhando gulosa o obelisco em Buenos Aires e suspirando: “nossa, seria uma loucura!”

Sumir com uma vara de mais de quatro metros não é para qualquer um, tem que ser realmente mágico. Infelizmente nossa atleta Fabiana Murer, dona da vara, perdeu não só a vara como a concentração e uma quase certa medalha no salto com a dita nas Olimpíadas de Pequim.

Como chinês não rejeita nada e come de tudo, desde marimbondo, baratas, cachorro e cobras vai que um mais esfomeado devorou a vara da Fabiana.



Ou quem sabe o jamaicano Usain Bolt recordista dos 100 metros rasos. Como explicou seu pai, Wellesley, que respondeu de pronto qual o segredo do filho para bater tal recorde: “É a mandioca”.

Calma, é que o rebento campeão do Wellesley nasceu e foi criado em Trelawny, norte da Jamaica, região produtora de banana, mandioca e pimenta. E ele adora a mandioca que é de primeiríssima!

Olimpíada é assim mesmo falta vara para uns e sobra mandioca para outros.

Questão de sorte.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Aluga-se para campanha!


O abandono de Jaboatão é uma vergonha, ruas esburacadas, saneamento zero, quando chove inundações, esgotos a céu aberto, atendimento de saúde inexistente, tudo culpa de uma administração incompetente e de vereadores que não fiscalizam.....................

Foi assim que ouvi um carro de som passando na avenida aqui em frente certamente patrocinado por um candidato a vereador ou a prefeito. Como o discurso era feito com o carro em movimento você ouvia o som altíssimo em frente a seu apartamento diminuindo na medida em que o carro se afastava.

Resultado: concordei com a tese e não conheci o autor.

Mesmo para uma comunicação primária o candidato tem que ter um mínimo de competência. Há que haver uma sincronia entre o tempo do discurso e a velocidade do carro de som para que todos ouçam toda a mensagem.

No caso, me dei ao trabalho de procurar saber quem é o cidadão que nos irrita com tão longo bostejo por tão veloz alto-falante.

Só para saber de quem estou rindo.

Era o tal de Eli.....

quarta-feira, agosto 13, 2008

Vote no "chupa que é de uva"!

Recebi hoje um email do Paulo Rubem, deputado federal por Pernambuco e candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Divulgou uma nota nos jornais apontando, com dados objetivos, o abandono da saúde nesse município.

Fiquei matutando sobre o resultado prático que tem no eleitorado esse tipo de ação inteligente e fundamentada, ou os jornais ou os blogs ou as informações da internet.

Acredito que seja próximo de zero. Poucos lêem jornais e menos ainda os que lêem sobre política. Na internet a mesma coisa. Contam-se nos dedos, provavelmente nos dedos do Lula, já com um handicap.

O bom de não ser lido é poder ser politicamente incorreto como fui no parágrafo anterior. O péssimo é ter um eleitorado totalmente desinformado, politicamente incapaz, sujeito às mais variadas formas de compra de seu voto.

Assim não é de estranhar que um Newton Carneiro da vida com administrações para lá de desastrosas, com baldes de desvios de verbas públicas seja eleito por duas vezes prefeito de Jaboatão, cidade com o segundo PIB de Pernambuco.

Não é de estranhar, também, a preferência dos candidatos pela campanha de jingles de péssima qualidade e de gritos por alto-falantes de caminhões de som repetidos diuturnamente por 12 horas seguidas. Não há nenhuma argumentação, nenhum projeto, nada, apenas barulho.

Quanto mais atrasado um povo, mais buzina no trânsito, mais grita nos mercados e feiras, mais pranteia seus mortos com gestos dramáticos e choros convulsivos. Acrescento os caminhões de som, os DJs, as raves, as torcidas organizadas e as músicas de bandas calypso e calcinhas pretas.

E o maior de todos os atrasos, a má educação e o infortúnio de ser um povo analfabeto e inculto!

Hoje eu estou chato. Mais chato.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Roubei, mas devolvo. Tá bem assim?

Em 1666 o governador da capitania de Pernambuco, Jerônimo de Mendonça Furtado foi deposto pela Câmara de Olinda. Cometeu o pecado capital de meter a mão no dinheiro da Coroa Portuguesa e de quebra embolsar parte dos recursos destinados ao sustento da tropa, e mais, desviado oito mil cruzados da receita do imposto destinado a pagar o dote de D. Catarina de Bragança, casada com Carlos II, da Inglaterra. Seus bens foram seqüestrados pela justiça.

De acordo com o historiador Evaldo Cabral de Mello “como compensação pelos modestos ordenados pagos às autoridades ultramarinas, o recrutamento em Portugal de governadores, magistrados e outros funcionários já pressupunha que a Coroa fecharia os olhos às irregularidades cometidas por seus agentes, desde que atendidas duas condições implícitas: a primeira, a de não atentarem contra as receitas régias; a segunda, a de agirem com um mínimo de discrição.”

O tal governador não respeitou as regras da corrupção.

Passados 342 anos nos vemos diante do costume secular dos agentes do estado meterem a mão nas verbas públicas, fraudando documentos, notas fiscais, para receberem uma tal verba indenizatória, ou de gabinete, na Câmara dos vereadores do Recife. O problema maior é que já não somos colônia e não temos rei. Hoje, a Coroa é o povo a quem os vereadores devem servir. Atentaram, portanto, contra as receitas da Coroa sem a menor discrição.

Dos 36 vereadores, 26 apresentaram notas fiscais falsas para justificar despesas que não tiveram e serem reembolsados pela tal verba. Os outros dez apresentaram despesas não contempladas com o reembolso, mas recebidas mesmo assim, conforme apurou auditoria especial do Tribunal de Contas do Estado.

Preocupados com a repercussão do caso, justamente em época de eleições, os larápios, em vereança, já restituíram R$ 1 milhão aos cofres públicos, certos de que o caso, assim, fica resolvido.

Fico imaginando um ladrãozinho de praia preso por roubar uma câmera digital de um desavisado turista argumentando com o policial que o prendeu: “roubei, mas tô devolvendo, igual meu vereador, me solta que eu tô com pressa. Sou cabo eleitoral!”

sexta-feira, agosto 08, 2008

Um minuto chinês e o show terminou!

Depois de quatro horas, quando terminou o show de abertura da Olimpíada, a única sensação que tive foi de que jamais compraria um PC da Lenovo.

Certamente no seu interior viriam milhares de chinesinhos em comunhão de neurônios substituindo os chips.

Os efeitos especiais eram todos de humanos ao vivo. Dizem que os ensaios duraram dez meses: desde a abertura com os milhares de tambores até o cândido vôo das pombas representado por graciosas chinesas de branco e acompanhadas pelo público, único momento em que senti humanidade no espetáculo.

Extremamente criativa foi a elevação do atleta no final carregando a tocha olímpica até a monumental pira num desfecho maravilhoso de cor e chama. Apesar da criatividade mais uma vez predominou o autômato humano pedalando no espaço por um interminável percurso.

Na China tudo é milenar. Não se contam os anos, mas os séculos, os minutos, mas os dias, os segundos, mas as horas. Daí uma total falta de “timing” na grandiosa apresentação. A bandeira dos jogos desfilou demoradamente, carregada por oito ex-atletas que a entregaram a uns militares em marcha robótica. Cheguei a bocejar.

Mesmo a menininha de vermelho cantando no início parecia mais uma bonequinha Barbie do que a coleguinha de nossos filhos na escola.

Não faltou direção de arte, óbvio, faltou direção de produção. Podiam mandar seus roteiristas para um estágio na produção das novelas de tevê do Brasil. Aprenderiam a lidar, senão com o bom gosto, certamente com o tempo.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Padre Sóstenes é ruptura!


Encontro o Ceará o da barraca da praia onde tomo uma cerveja nos fins de semana. Sempre animado, notei alguma preocupação em seu rosto. Pergunto:

-E aí Ceará, é muita chuva, heim?

- Seu Alfredo tá difícil. Com esse vento e essa chuva nem armo mais a barraca, não tem freguês.

- E a pesca Ceará?

- Não dá peixe também. Com essa ventania não dá nem para por a jangadinha na água. Vou dizer uma coisa, seu Alfredo, se não é a pensão de viúva da mulher não sei como íamos viver.

- Ceará, bons tempos sempre voltam, bola prá frente!

- Sei não. A gente cansa de ouvir esses caminhões gritando nome de candidato, tocando musiquinha, mas ajudar a gente mesmo, nada. Dizem que esse André Campos vai ganhar. Também parente dos “home” tem que ganhar mesmo.

- Como é que é Ceará, parente de que homens?

- Ô, seu Alfredo, o homem não é parente do governador, o outro Campos?

- É nada Ceará, são Campos diferentes como trigo e soja. É tudo grão, mas são diferentes.

- Pensei que era tudo igual. Mas diz que tem até embaixador candidato. Quem diria que em Jaboatão embaixador quisesse governar a prefeitura.

- Ô Ceará, você andou tomando uma lapada das boas é? Que embaixador é esse?

- O senhor não sabe? Tem um candidato que além de padre é embaixador!

- Não sei disso não.

Saí do papo com a pulga atrás da orelha. Que embaixador seria este? Fui pesquisar. Não é que o Ceará tem razão? O tal de Padre Sóstenes, 43 anos, é diplomata de carreira do Itamaraty. Foi cônsul do Brasil na Grécia e embaixador interino no Iraque. Dizem que o cara é o cão chupando manga.

Dizem que é formado em teologia pelo Instituto de Teologia do Recife, em filosofia pela PUC de Minas Gerais e em língua inglesa pela UFPE.

Não bastasse isso exibe em seu currículo uma pós graduação nas áreas de teologia e ecumenismo na Bélgica e em Jerusalém e tem título de mestre em teologia em Princeton nos EUA. De quebra, dizem, ainda estudou diplomacia na Universidade das Nações Unidas em Tóquio.

Para fechar com chave de ouro sua ficha, é vigário colaborador em Prazeres e Barra de Jangada na gloriosa cidade de Jaboatão dos Guararapes, berço da pátria!

Com tamanho currículo, para candidatar-se a prefeito de Jaboatão só sendo doido. E é. Diz que seu projeto de governo não é de mudança, é de ruptura.

Candidatou-se pelo PSOL em coligação com o PSTU, uma coligação digna do apocalipse.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Tiraram o sofá da sala!

A Câmara Municipal do Recife está se especializando em mudanças. Como na piada que o marido flagra sua mulher com o amante no sofá da sala e manda tirar dali o sofá.

Em 2006 os vereadores contavam com a mal fadada verba indenizatória de má lembrança graças à farra com o dinheiro público da Câmara Federal. Solução? Mudaram o nome para verba de gabinete que deixou de ser adiantada para ser paga a posteriori mediante apresentação de notas fiscais. Cada vereador tem direito à R$ 14,3 mil por mês.

De repente o Tribunal de Contas do Estado denunciou uma série de irregularidades com a tal verba de gabinete. Notas frias aos baldes. Despesas de papelaria com endereço de residência, lanches fantasmas em restaurantes fechados, lava jato inexistentes, enfim uma verdadeira festa da uva.

Os vereadores quando souberam da denúncia do TCE fizeram uma verdadeira “omertà”, o código de silêncio da máfia italiana. Ninguém comentava nada e nada sabiam. Até que o vereador do PCdoB Vicente André Gomes, mais esquentadinho, recebeu uma intimação para justificar seus gastos. Deu-se ares de indignação, não devolveu a grana e pôs a boca no mundo! A casa veio abaixo.

Alguns vereadores mais “cara dura” não se fizeram de rogados e devolveram a grana recebida, digamos, a maior. Outra confusão. Procurada pela imprensa a mesa diretora da Câmara não conseguiu confirmar a devolução, pois caía num caixa único do município que só o executivo controlava. Ou seja, know how para receber eles tem, para devolver nem tanto.

O vereador Luiz Helvécio do PT, que eu até tinha em boa conta, alugou com a tal verba um escritório para atender seus eleitores. O detalhe é que o escritório num empresarial de luxo é dele mesmo. Justificou dizendo que o valor pago está abaixo do valor de mercado. Ah bom!

O Jornal do Commercio, aqui da terra, foi quem divulgou a mamata. No dia seguinte a Câmara publicou um anúncio nos informando que está à frente dos fatos e que já havia, de novo, retirado o sofá da sala. A verba agora será centralizada na própria mesa diretora que formalizará processos de licitação para atender conjuntamente os gabinetes dos vereadores.

Haja sofá!

segunda-feira, agosto 04, 2008

Eleições em Jaboatão, grata surpresa!

Recebi, hoje, email do candidato Paulo Rubem à prefeitura de Jaboatão estranhando eu não ter recebido sua resposta à minha pergunta.

Relembrando. Em 24 de julho enviei uma pergunta aos candidatos a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, através de seus emails, sobre ações previstas em seus programas de administração para os bairros de Piedade, Candeias e Barra de Jangada, caso venham a ser eleitos.

No caso do candidato Paulo Rubem houve um desencontro de mensagens uma vez que enviei a pergunta para o “fale conosco” de seu site e ele me respondeu, no dia 25, pelo seu blog que eu não sabia que existia e, portanto, não pude incluir na postagem dos “Meusditos” de ontem.

De qualquer maneira, este desencontro é irrelevante. Importante é saber que o candidato respondeu, sim, com presteza, conhecimento de causa e detalhadamente ao eleitor.

Agradeço ao candidato e transcrevo abaixo, na íntegra, sua resposta:

“Piedade, Candeias, Barra de Jangada e todas as comunidades que lhes cercam integram o 1º distrito da cidade, o maior deles, que se entende desde a entrada da cidade após o Aeroporto dos Guararapes, e vai até a fronteira com Pontezinha, no Cabo, sem incluir, contudo, as áreas próximas ao Jardim Jordão.

Embora sejam todas comunidades do mesmo distrito, Piedade, Candeias, Barra de Jangada e as demais áreas guardam entre si contrastes gigantescos em termos urbanos, sobretudo no tocante ao acesso a serviços de coleta de lixo, drenagem, esgotamento sanitário, educação pública infantil e fundamental e saúde de qualidade.

Um aspecto é comum e grave a tais comunidades:- A ausência de saneamento. Essa ausência gera outras conseqüências além daquelas conhecidas no campo da saúde. Os alagamentos freqüentes deterioram o pavimento das avenidas, basta ver a situação da Avenida Jangadeiro, de acesso ao Conjunto Dom Helder.

Isso reduz a velocidade dos veículos, sobretudo os do transporte público, aumenta o tempo das viagens, implica em quebras e constantes gastos com a manutenção desses veículos, um evidente prejuízo à economia da cidade.

Como deputado federal e titular da Comissão que debateu e aprovou o projeto de lei que gerou a Lei 11.445 de 2007, a Lei Federal de Saneamento, pretendo agir na direção das normas sugeridas por esta Lei para formular nosso Plano Municipal de Saneamento, buscando recursos não onerosos e do FGTS para alavancar a infra-estrutura desses bairros, sobretudo da área da Lagoa Olho D Água.

Outra medida é inserir a cidade e esta região no Programa de Desenvolvimento Urbano, aplicando os meios previstos no Estatuto das Cidades, a Lei Federal 10.257. Atualmente, nas proximidades de Piedade e Candeias, há diversas comunidades menores sem registro no cadastro imobiliário da Prefeitura e muitos de seus habitantes , lá vivendo por mais de 30 anos, sequer têm a escritura de seus imóveis.

Além disso, a área de maior poder aquisitivo da cidade, de maiores investimentos na construção civil e que abriga expressiva presença hoteleira, ressente-se de bens públicos e ativos culturais que possam formar um pólo atraente para o turismo.

Não há, de Piedade a Barra de Jangada, casa de cultura, mercado de artesanato, praças ou parques de uso comum. A única opção é a praia, com altos e baixos em termos de ordenamento de seu comércio ambulante, fixo e com mau tratamento das áreas disponíveis logo após a divida com o Recife. Isto sem falar no grandioso equipamento privado que é o Shopping Guararapes.

Para isso vamos requalificar o Plano Diretor necessário e previsto na CF e no Estatuto da Cidade. Piedade, Candeias e Barra de Jangada estarão integradas ao projeto de manutenção da cidade, de regularização fundiária das áreas já citadas, da construção dos mecanismos necessários ao provimento de bens públicos essenciais como o saneamento.

Outra medida integrada ao saneamento é o ordenamento, apoio, investimento e padronização das ações isoladas de coleta seletiva de lixo por carroceiros e catadores, vinculados ou não a depósitos espalhados em toda essa área.Vamos correr contra o tempo e logo após assumirmos a Prefeitura de Jaboatão trataremos de construir um projeto municipal e levá-lo ao Ministério das Cidades, onde estão disponibilizados, desde três de julho, R$ 50 milhões para essas ações.

Nossa assessoria jurídica já está analisando o atual sistema de transportes da cidade, o que é regulado pelo município e o que é integrado ao sistema estadual, via EMTU, visando oferecer melhores soluções integradas, seja em terminais locais ou pela revisão do atendimento nas linhas concedidas pela empresa estadual, a EMTU.

Para as questões da segurança, agora que a cidade recebeu recentemente R$ 1 milhão do governo LULA pela integração ao PRONASCI, vamos analisar que projetos foram encaminhados e de que forma os mesmos se encaixam no papel que deve ser desenvolvido pelo município junto às ações preventivas da Polícia Militar. Integrei a Comissão Especial que alterou o artigo 144 da CF, inserindo as guardas municipais no sistema único de segurança pública.

Registro, porém, que segurança é, sobretudo, prevenção e prevenção é a combinação de efetivas políticas educacionais obrigatórias (hoje, até o ensino médio), formação profissional, ações de cultura e desporto, reordenamento urbano e a adequada inserção da cidade nas oportunidades econômicas em curso para se gerar mais empregos e renda já que somos o 2o. PIB municipal e caímos para 10o. lugar quando se analisa o PIB per capita.


Bem, nossas propostas estão sendo debatidas e haverá seminários ao longo do mês de agosto para formatá-las e registrá-las em cartório, como fiz em 2000 e em 2004.Agradeço a oportunidade e me coloco à disposição para mais informações.”

Para mim foi muito gratificante ter, em Jaboatão, dois candidatos, André Campos e Paulo Rubem, antenados com seus eleitores e dispostos, ao menos na campanha, a dar-lhes atenção.

Comparados aos prefeitos que tivemos ao longo da história de Jaboatão soam como música da melhor qualidade aos nossos sofridos ouvidos!

Mais comentários virão.

domingo, agosto 03, 2008

Eleições em Jaboatão, cadê os candidatos?

Sou um eleitor que procura estar informado sobre os candidatos a prefeito e vereador no município onde voto, Jaboatão dos Guararapes, PE. Não é uma tarefa fácil.

Tudo que se lê são disputas menores e fofocas políticas. Fulaninho vai apoiar fulano, beltrano fraudou pesquisa, sicrano transgrediu as regras eleitorais e por aí vai. Sobre o currículo dos candidatos, programas de governo, nada ou quase nada.

Os candidatos têm por costume andar pelos bairros cumprimentando eleitores, distribuindo sorrisos e promessas, beijando criancinhas e fazendo pequenos pronunciamentos oportunistas sobre as mazelas dos bairros visitados.

Outra mania são os carros de som. Das oito da manhã às oito da noite tome carro de som em altíssimo volume vendendo os candidatos como se vendessem cuscuz, macaxeira ou biju. Não há saco que agüente e se espremer não sobra nada, nenhuma informação aproveitável.

Considero, mesmo, uma afronta um candidato imaginar que conquistará meu voto tocando musiquinha e gritos em alto falantes pela cidade. Pode, no máximo, eliminá-lo das minhas opções.

Mas num universo com maioria de eleitores e candidatos politicamente analfabetos essa é, talvez, a única forma de comunicar pelo menos seus nomes. Faz parte do jogo.

Por isto, este ano resolvi inovar e me informar diretamente com os candidatos.

Hoje em dia com a internet a comunicação é instantânea e fácil. Enviei aos candidatos email perguntando pontos objetivos de seu programa de administração para meu bairro, Piedade, e praias vizinhas.

Nada de generalidades tipo educação, saúde e habitação, ética, auditoria das contas públicas. Pedi que me indicassem ações pontuais para resolver problemas do bairro e melhorar nossa qualidade de vida.

Resolvi ser um eleitor tão pragmático quanto os políticos. Nada de ideologia, masturbações sociológicas e quejandos. Quero saber o que farão para melhorar minha vida, mantido, claro, um mínimo de decência, compostura e ética.

Mandei a eles o seguinte email no último 24 de julho:

“Prezado candidato

Sou eleitor em Jaboatão dos Guararapes e moro no bairro de Piedade. Gostaria de conhecer pontos de seu projeto de administração da cidade que contemplem ações nos bairros de Piedade, Candeias e Barra de Jangada no caso de ser eleito prefeito nas próximas eleições.

Informo que tenho um blog na internet e que poderei divulgar, a meu critério, suas respostas a esta minha simples pergunta que estou enviando a todos os candidatos. De qualquer maneira asseguro que não haverá edição ou contextualização de sua resposta. Poderei, no entanto, comentá-la.”


A primeira tarefa foi identificar os emails dos candidatos: pessoais, dos partidos ou de campanha.



André Campos foi fácil. Seu email está na lista publicada pelo jornalista João Alberto, colunista social aqui da terra que se promove editando um catálogo, como se livro fosse, chamado “Sociedade Pernambucana”, sucesso do provincianismo, mas de boa utilidade.



O do Paulo Rubem Santiago, tentei seu email da Câmara Federal já que é deputado. Nada feito, foi devolvido. Busquei e encontrei um site de sua campanha. No “fale conosco” enviei minha mensagem.



Com Elias Gomes a mesma coisa, enviei mensagem através de seu site.



O do prefeito Nilton Carneiro, candidato à reeleição, foi impossível. Apelei, então, para sua filha Elina Carneiro, deputada estadual, seu braço direito e homem forte de sua administração.

Logo no dia seguinte recebi resposta do André Campos:

“Segue (sic) alguns tópicos conforme você solicitou:
1) Engordamento das Praias 2) Programa de Calçamento 3) Equipe Constante de Tapa Buraco 4) Investimento em Saneamento Básico 5) Melhoria do Sistema Viário
6) Recuperação do Calçadão de Candeias 7) Limpeza das Praias Diariamente”

Esperei toda a semana pelas respostas dos outros candidatos. Nada.

O prefeito até entendo. Está passando por maus bocados com a impugnação de sua candidatura por condenação por improbidade administrativa na sua primeira administração. Nada impede, porém que mantenha uma equipe afinada para atender às demandas de campanha.

O Elias Gomes me surpreendeu. Sua campanha é baseada em sua experiência administrativa como ex-prefeito da cidade do Cabo de S. Agostinho município vizinho à Jaboatão. Para um administrador que se vangloria de sua competência e mantém um site na internet o mínimo que eu esperava era resposta a um email.

O Paulo Rubem Santiago também mantém um site de campanha, mas, pelo jeito, inoperante.



Ficou faltando o Padre Sóstenes do PSOL que não houve meio de conseguir seu email, site ou algo parecido. Consultei até o Novo Testamento da Bíblia onde personagem homônimo aparece como líder da sinagoga de Corinto.

Bem, este foi o primeiro passo para me informar sobre os candidatos. Foi decepcionante, exceção feita ao André Campos.

Não entendo pessoas, organizações e empresas que mantém sites na internet, abrem possibilidade de contato e simplesmente não tomam conhecimento de quem as contatou. Escancara um total despreparo para a eficiência e modernidade que tentam vender.

Em homenagem à sua competência no gerenciamento de seus contatos vou acrescentar que de todos os candidatos o André Campos é o único que sei que mora por aqui, caminha na praia, é da área e conhece nossos problemas.

Certamente este foi um dos motivos que o levou a responder com segurança e presteza ao eleitor.

Este foi o primeiro comentário sôbre as eleições em Jaboatão. Farei outros.

sexta-feira, agosto 01, 2008

103 31

- Oi, boa tardiiee. O serviço requerido é para esse telefone? Responda sim ou não.

- Não.

- Repetindo, o serviço é para esse telefone do qual você está falando? Responda sim ou não.

- Nâaaoooo!

- Vamos tentar de outra forma. Digite pausadamente o número do telefone para o qual deseja o serviço.

- bip, bip, bip bip, bip, bip.

- Qual o serviço a registrar? Responda conserto do telefone, ou xxx, ou yyy.

- Conserto do telefone.

- Responda conserto do telefone, xxx, ou yyy.

- Conseeertooo do telefoooneee!

- Vamos tentar novamente. Responda conserto do telefone, sim ou não?

- Sim.

- Repetindo, responda conserto do telefone, sim ou não?

- Siiiiimmmm, puta que a pariu, siiiimmm, porra!

- Aguarde o atendente, por favor.

- Oi, boa tardiieee, com quem falo?

- Alfredo

- Desculpe, não ouvi.

- Aaallfreeeddooo!

- Pois não senhor em que posso ajudá-lo?

- Meu telefone da praia está mudo.

- O senhor está falando do local?

- Não, minha senhora, o telefone do local está mudo. Estou no vizinho.

- Senhor, só podemos protocolar a queixa se for do local.

- Senhora, vou repetir. O telefone está mudo, mudóoo, não posso falar do local.

- Mas o senhor não tem celular?

- Não é de sua conta. Quero que conserte o telefone da praia, porra!

- Precisamos que o senhor esteja no local para seguir alguns procedimentos.

- Muito bem, senhora. Vou ao local do telefone, chego à janela e olho para que lado?

- Como senhor? Não entendi.

- Se eu for ao local a senhora somente poderá me passar procedimentos por sinais de fumaça porque o meu telefone está mudo, muuddôôô! Então para onde devo olhar seus sinais?

- Senhor, vou protocolar seu pedido.