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sexta-feira, maio 30, 2008

Sua Excelência, o pulguento!

“Em minha terra dizem que cachorro que não tem pulga ou já teve ou vai ter. Defeitos todos nós temos”.

Esta frase lapidar é do deputado federal Sergio Moraes, do PTB do RS, justificando seu não constrangimento em assumir o cargo de presidente da Comissão de Ética da Câmara mesmo respondendo a três ações no Supremo Tribunal Federal.

Em pano de fundo o julgamento do tal Paulinho da Força Sindical que não deve ser muito diferente de todos os outros dirigentes sindicais, inclusive o Lula.

Dirigem entidades que tem receita garantida por lei e sobre as despesas não há a menor fiscalização e nem se acham na obrigação de dar qualquer explicação.

Aliás, semanas atrás, o presidente vetou lei que exigia que os sindicatos prestassem contas ao Tribunal de Contas da União.

O que causa espanto, se é que algo ainda nos espante na política, é o deputado pelego estar sendo acusado pelo impoluto corregedor da Câmara, Inocêncio de Oliveira, que identificou, em suas intermediações de verbas junto ao BNDES, seriíssimos indícios de falcatruas.

Para sensibilizar o íntegro corregedor, os fatos, para nós pobres mortais, devem ser escabrosos.

O mais engraçado, se não fosse trágico, é que uma das ações contra o ético deputado Moraes é ter instalado um telefone público, em Santa Maria, RS, quando prefeito, no armazém de seu pai, por uma simples coincidência.

Exatamente como fazia o corregedor Inocêncio com poços do DNOCS que perfurava em suas propriedades, mas, com acesso, generosamente, cedido ao povo!

Sempre me considerei um bom ouvinte e bom entendedor do que leio, ouço e vejo. Desta vez , confesso, vou passar batido. Não posso imaginar que o tal deputado tenha dito, com outras palavras por certo, que na sua terra quem não é ladrão, já foi ou será.

Prefiro vê-lo, e a seus pares, coçando suas sarnas às suas próprias custas!

sexta-feira, maio 23, 2008

O Negão e o assento sanitário!

Uma pesquisa da Universidade do Arizona, nos EUA, concluiu que, em média, uma mesa de trabalho tem 400 vezes mais bactérias do que um assento sanitário!

Deve-se olhar com cautela tal pesquisa por que em alguns segmentos da população, o político, por exemplo, ambos utilitários tem a mesma serventia não cabendo, portanto, a diferenciação.

Talvez a diferença se dê em razão da época. Quando em campanha para se eleger, o político aperta uma infinidade de mãos, troca abraços suados, dinheiro vivo passando de mão em mão, promessas escusas, pequenas corrupções, enfim, a mesa de trabalho deve apresentar uma enorme vantagem de contaminação frente ao assento sanitário.

Mesmo assim, há aqueles que, temerosos pela não eleição, descarregam seu desconforto em diarréias nervosas o que tende a equilibrar a contaminação.

Se e quando eleitos, inverte-se a proporção. A mesa de trabalho fica jogada às moscas, no bom sentido, absolutamente esquecida por seu proprietário. Se for pessoa saudável, a freqüência ao assento sanitário se manterá constante. Ponto para o assento!

Agora desafio o meu caro leitor a determinar com precisão quem está mais contaminado no caso do Negão Abençoado, a mesa ou o assento?

Não é pouco caso nem preconceito, o Negão Abençoado existe e é o vulgo do deputado federal por Pernambuco Marco ou Marcos Antônio do PRB. Se Marco ou Marcos não tenho a menor curiosidade em saber, mas vale ressaltar que numa matéria de poucas linhas o Jornal do Commercio conseguiu grafar o nome do famoso deputado de maneiras diferentes. Vou optar por Marco(s) Antônio.

Eleito em 2006 pelo PSC, antes mesmo de assumir o mandato, mudou-se para o PAN. Com a incorporação do PAN pelo PTB, lá se foi o Negão para o PRB. Por infidelidade partidária, dois ínclitos cidadãos reclamaram sua cadeira na Câmara: Fernando Rodovalho do PSC e o famigerado Severino Cavalcanti, do PP, primeiro suplente da coligação PP/PSC.

Rodovalho foi prefeito de Jaboatão após, como vice, derrubar o prefeito Newton Carneiro. Marcou sua administração por jogar carradas de rochas no mar para fazer um dique para conter seu avanço. Como não se contam rochas, deve ter feito um bom pé de meia. O mar continuou avançando.

Severino Cavalcanti dispensa apresentação desde que como presidente da Câmara teve de renunciar para não ser cassado por mordiscar mesada do arrendatário do restaurante daquela casa.

Ambos deram com os burros n’água. No dizer do presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, “apesar de tratar-se de um trânsfuga compulsivo” não há como cassar o mandato do Negão visto que a primeira mudança foi anterior à resolução do TSE sobre o mandato pertencer ao partido e a segunda justifica-se por seu partido ter sido incorporado por outro.

À bem da verdade não cabe punição a quem troca o nada por coisa nenhuma. O ilustre Marco(s) Antônio só faz número, recebendo sua remuneração, mordomias e não sujando a mesa de trabalho, mas, confortavelmente, servindo-se do suntuoso assento sanitário da Câmara.

É impressionante como uma bobagem puxa a outra!

terça-feira, maio 20, 2008

Nada



Caísse de joelhos, mãos aos céus, maldizendo a sorte e o destino.

Prostrado ao chão, pranteasse convulsivamente a perda precoce da filha querida.

Indignado, enfurecido, tomado pela loucura, algemado ou em camisa de força, uivasse contra tão absurda e difamante acusação.

Clamasse por justiça com todas as suas forças, sempre e tanto, que lhe faltasse o chão.

Atentasse contra a própria vida desesperado e arrependido pelo ato tresloucado cometido.

Arrependido, perdesse o juízo.

Nada. O pai não esboçou nenhuma reação. Seu pai, avô da menina, fantasiado do advogado que é, defende-o, burocraticamente, como se o defendesse de uma multa de trânsito.

Não há vida neles.

Nada.

sábado, maio 10, 2008

Volta, filho, volta!

Nunca fui chegado às datas especiais, natal, ano novo e principalmente as criadas mais recentemente como dia dos pais, das mães, dos relojoeiros, do porteiro e do catso a quatro.

Sempre fica a impressão, ou a certeza, de que o jogo é única e exclusivamente faturamento.

Não bastassem as grandes promoções de lojas, celulares, carros, bebidas, doces, cuecas, e o que mais se imaginar, tais datas são um prato cheio para a breguice.

O recorde deste dia das mães, se não deste blog, vai para um forró canção, se é que isto existe, que toca incessantemente nas rádios.

A “poética” história de um filho que teve de deixar a família para tentar a sorte, hoje tenta se explicar para a mãe de que dela nunca se esquecerá, mas...

“A vida é complicada mãe,
Você sabe como é
A gente cresce e a vida obriga,
Se eu pudesse mãe,
Voltava para sua barriga.”

Estou torcendo para que o infeliz realize seu desejo e volte urgentemente para a barriga de sua mãe. Se possível, diretamente para o intestino grosso!

quinta-feira, maio 08, 2008

Ah, senador, como devo chamá-lo?

Acordou excitadíssimo. Lavou o rosto admirando- se ao espelho. Vestiu seu robe de chambre salmão e dirigiu-se à sala.

Tocou a sineta para chamar o mordomo e solicitou, não, ordenou que convocasse a manicure e a cabeleireira. Queria estar impecável para este grande dia.

Pediu, não, ordenou ao mordomo que separasse seu melhor terno de shantung de seda francês, sua melhor camisa e, lógico, a melhor e mais chamativa gravata italiana.

Hoje será a glória. Afinal, a toda poderosa e queridinha do presidente Lula ia ao senado depor sobre o PAC e o que mais viesse à baila. Principalmente o tal dossiê de FHC e esposa. Seria mais uma chance de exibir sua ironia, seu saber, e encurralar a ministra rude e mandona.

“Ah, que bem me fazem a ribalta e os refletores! Vou brilhar nos noticiários da TV, explodirei minha popularidade no meu querido Rio Grande do Norte!”

Chegou o grande momento. Ajeitou as madeixas acaju, bocas e sobrancelhas. Afinal estava no seu território, conhecia os trâmites, as dicas e logo se viu ao microfone senhor da situação, afinal, como logo afirmou, “tinha mais tempo de microfone que urubu de vôo”, arrancando discretos sorrisos de seus pares.

Chegou o momento do golpe final, impiedoso, mortal. Insinuou que a ministra, se mentira tanto quando presa na ditadura, poderia voltar a fazê-lo agora neste depoimento.

Caiu o mundo, nem a ministra acreditou na levantada de bola. Revelando-se uma hábil debatedora, deu um contra golpe fulminante, um verdadeiro ippon. Cresceu na arena, emocionou-se e emocionou o senado e o Brasil.

Confesso que não tinha nenhuma simpatia pela ministra. Passei a admirá-la quase que desde criancinha.

Para ilustrar este “Meuditos” não encontrei foto melhor. O senador almofadinha, senhor de si, pensando que montava, na verdade, era montado.

Relaxa e goza, Agripino!

Timtim, tinhoso!

Acabei de ter uma séria desavença. Há tempos ele, tinhoso, vem me causando transtornos. Quando mais dele preciso, ele falha. Pior, emitindo um assobio intermitente de levar monge à loucura!

Sempre cuidei bem dele, não merecia tal desfeita. Quando preciso, apesar do trabalho, do inconveniente do transporte e dos horários, levava-o ao técnico. Falo do meu desktop. Tá certo que já é antigo mas já troquei fonte, placa de vídeo e o que mais o técnico inventasse.

De uns tempos para cá, quando ele apitava, passei a desligar todos os seus cabos, energia, vídeo, impressora, alto falantes, scanner, modem, fax, abrir suas laterais, olhar suas placas, sacudi-las, implorar aos céus que não me enchesse mais o saco, fechá-lo, religar os cabos e torcer. Costumava funcionar.

Meu filho me presenteou com um notebook . Foi um alívio, mas, confesso, ainda operava também com o velho desktop. Como já disse, ele é tinhoso. Desde que recebi o laptop, jamais voltou a encrencar. Respondia aos comandos como se novo fosse, com configuração de última geração.

Hoje, já acostumado com sua nova performance, fui surpreendido com seus infernais assobios. Fingi-me de morto, dei de ombros e com o maior ar de pouco caso desliguei todos os cabos, abri sua lateral, chacoalhei suas placas e religuei com a certeza absoluta que havia resolvido o assunto.

Piii, pii, piiiii! Hoje ele extrapolou. Após o quinto reset dei-lhe uma porrada que o deixou caído no chão com um estrondo de quem diz “Agora você me perdeu, não ligo nunca mais.”

Qual o quê. Como mulher de malandro ligou liso, presto e redondo.

Mas ele é tinhoso. Me pregará outras peças. Me precavi, vou mudar para um técnico aqui na esquina defronte ao Piedade Chopp.

Enquanto remexem suas entranhas, me vingo tomando uma gelada saboreando um delicioso frango a passarinho e notebook ao lado. Timtim, tinhoso!

quarta-feira, maio 07, 2008

O concurso

“Calma gente, menas bagunça! Afinal a gente estamos em prova. Começamos agora de duas e terminamo de seis. São mais de cinco hora, é tempo mais do que bastante. De seis não tem prorrogamento, terminou ou não é priu, tem que entregar!

Ói gente, tem que ficar esperto. Tem mais de 27 mil cara querendo as vaga e só vai ser chamado uns três mil e pouco. Não dá nem 20 por centos. Tem mais. A nota de corte agora são seis, antes eram 2,5. Tem que aprimorar. Mas vale pro estado todo do Oiapoque ao Chuí. Tem que caprichar.

“Buona fortuna”, como diz os francês!”

E assim foi realizada a primeira etapa do concurso para professores da rede estadual de ensino do estado de Pernambuco. Foram 27.538 candidatos para 3.154 vagas. Não por acaso alcançaram ou superaram a nota mínima de 6,0 apenas 6% dos candidatos, 1.679 docentes.

42% dos candidatos tiveram nota igual ou menor que 4,0. 72% dos professores de português e 60% dos de geografia não conseguiram atingir a nota 4,0.

Vão convocar novo concurso na expectativa de que o nível melhore ou, mais provável, as exigências diminuam.

A formação dos professores é caótica. Faculdades particulares despejam milhares de docentes sem qualificação no mercado. E para piorar, as melhores cabeças não prestam concurso para o estado.

Com uma remuneração merreca de R$ 583,20 nossos governantes esperam o que? Que o Mangabeira Unger prestií concursôu? Assim náum dá!

terça-feira, maio 06, 2008

Papo de botequim.

Meu amigo, você soube? A moça se jogou do nono andar do prédio ali defronte hoje de manhã. Como é que pode? Uma moça jovem, bem de vida aparentando normalidade, senão felicidade mesmo.

Ultimamente tenho tido um pensamento recorrente que se por vezes me inspira por outras me desanima. Afinal, porque não damos certo? Todos queremos o melhor dos mundos, todos somos extremamente bem intencionados, todos queremos o bem comum, então, porque não damos certo? Porque nos matamos e assassinamos?

Imagino que o problema começa por uma má avaliação e generalização do que é ser bem intencionado, o que é o bem comum e etc. É tudo muito relativo. Tenho meus valores, você tem os seus e, quase com certeza, nossas avaliações do justo e correto, por exemplo, não serão coincidentes. Essa dissonância de valores, que imaginamos universais, desde que coincidam com os nossos, é um obstáculo para nosso acerto na correção de propósitos.

Segunda razão que me ocorre é querer resolver o mundo. Como é uma tarefa impossível, criamos campanhas grandiosas, genéricas, de camisetas pintadas que servem, quando muito, para levantar uma bandeira moralista pontual que será esquecida no dia seguinte. Bom exemplo são essas passeatas contra a violência, todos de branco, caminhando até o boteco preferido para um chope com os amigos. Satisfeitos, regurgitam cidadania, e tchau, amanhã continuamos a matar criancinhas.

Ocorreu-me que, talvez, por querermos resolver tudo, principalmente os outros, com a megalomania dos insanos, querendo ser grandes tornamo-nos pequenos, inoperantes e simplesmente discursivos. Fico imaginando que se pensarmos pequeno talvez possamos ser grandes, fazendo algo acontecer. Não devemos pensar o mundo, mas o indivíduo.

Imagino sempre que existem momentos críticos de transformação na vida, oportunidades de mudanças de paradigmas que não podemos deixar passar. São momentos que podem fazer a diferença.

Essas dúvidas iniciaram analisando a oportunidade que alguns políticos atuais têm para fazerem a política no Brasil dar um enorme salto de qualidade. Tiveram a sorte de assumirem seus governos com políticas e programas definidos e entregues por seus antecessores em bandeja de prata, de mão beijada.

Contaram com os bons ventos da fortuna, das conjunturas internacionais e nacionais favoráveis, com o tirocínio de agirem contra o que pregavam, na oposição, sabendo que o rumo deixado por seus adversários, quando governo, era o correto. Imaginei que essa assunção da política do adversário fosse um gesto de dignidade. Qual nada. Era só esperteza.

Tendo às mãos o ponto crítico do grande salto da pequenez para a grandeza, da soberba para a humildade, da política dos medíocres para a dos grandes estadistas, estão deixando passar a oportunidade. Veja o caso do Lula, por exemplo.

Ele e seu PT foram contra o plano real e toda a política de equilíbrio fiscal do governo de FHC. Ao assumir, nomeou imediatamente um tucano conservador, para o Banco Central e um médico cordato para a Fazenda para assegurar que sua política econômica fosse a mesma da de seu antecessor.

Ultimamente chegou a elogiar, imagine, o Médici e o Geisel, mas só tem palavras de despeito, arrogância e ironia com FHC, seu parceiro de luta contra a ditadura militar e responsável pelas únicas políticas que dão certo em seu governo.

Por isso não damos certo. Não temos a nobreza da humildade, da convivência do tal brasileiro cordial. Não sabemos respeitar os eventuais adversários. Não somos capazes do salto de qualidade dos espíritos, do caráter e da solidariedade.

Deveríamos pensar as pessoas e não os países. Não se educam manadas, no máximo, as controlamos, até o próximo estouro. Precisamos educar o indivíduo, dando-lhe novas ferramentas para valorar a honestidade, a retidão de caráter, a compostura, o respeito.

Por isso, meu amigo, não damos certo. Porque temos a mania do palco, do universal e principalmente, da covardia e do anonimato das multidões.

Disse Dostoievski “se queres ser universal, cultiva a tua aldeia”! Digo se quer melhorar o mundo comece por você.

Meu caro, o grande rumo não é ir para Passárgada onde sou amigo do rei. É ficar no meu chão, respeitando e sendo respeitado pelo vizinho da porta ao lado.

Quando esse respeito se tornar pandêmico, estará feito, mudamos o mundo.

Garçom traz outra! Esta já secou.

quinta-feira, maio 01, 2008

Tainha à "investment grade".

Como de costume fui às seis da manhã dar umas braçadas na piscina dos arrecifes da praia aqui defronte.

Encontrei dois companheiros e esperei que algum deles se manifestasse sobre o Brasil ter alcançado, ontem, o esperado “investment grade”. Não tocaram no assunto. Nem eu.

Tenho para mim que na caminhada da manhã e nas braçadas no mar deve-se conversar merda. Nada de elucubrações econômicas, políticas ou sociais. É hora de descontração, de exercício físico, para começar o dia bem disposto.

Deixei para lá.

Mais tarde, vi que meu estoque de cerveja não estava no nível ótimo para uma comemoração desse naipe. Liguei para o Walmir , meu fornecedor, e já fui falando:

- Ô Walmir, tô precisando de cerveja para a grande comemoração!

- Estou mandando, seu Alfredo, mas, ainda que mal pergunte, o senhor comemora tanto assim o dia do trabalho?

-Não, Walmir, você não ouviu que ontem o Brasil atingiu o “investment grade” na S&P’s?

- Seu Alfredo, tô mandando uma grade.

Fiquei frustrado. O Walmir não deu a menor bola pro meu papo. Tomei meu café e li o Jornal do Commercio, que dedicava menos de meia página sobre nossa façanha. Não me lembro mas vai ver a matéria era assinada pelo Walmir.

Chovia. Quando o tempo estiou, resolvi descer para tomar uma cervejinha na barraca do Ceará.

Não é o lugar ideal para uma comemoração desse tipo, mas vai que acontece. O Ceará, sempre gentil, veio me atender e ficou ao meu lado conversando. Não resisti :

- Ceará, viu só ontem? Eta nós, hein! O Brasil agora é “investment grade” na Standard and Poor’s!

- Seu Alfredo, vou ali na esquina, preciso comprar gelo.

Desanimei. Mas eis que chega um pescador, desses com tarrafa, com a sacola cheia de tainhas, carapebas e até um enorme e mal encarado bagre. Alegre serviu-se de uma caninha e brindou:

- Meu café da manhã! Vou comemorar!

Finalmente! Enfim um brasileiro comemorando nosso feito. Arrisquei:

- Já sei, você viu o Lula, ontem, dizendo que o Brasil, agora, é um país sério, um país confiável, um país “investment grade”!

- Que é isso meu patrão? Tô comemorando a pesca. Se o Lula falou isso é que ele tomou umas antes de mim!

Desisti. “Investment grade”, porra nenhuma. Comprei uma tainha que, em protesto, ainda se debatia.

É com ela que vou comemorar logo mais, à noitinha, um belo tira gosto, um “appetizer”!