Meusditos

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Local: Varanda em Pernambuco

segunda-feira, outubro 27, 2008

O colete e a "otoridade"

Gostaria de ter ilustrado o “Meusditos” anterior com uma foto dos próprios fiscais. Um dia não apareceram, noutro esqueci-me de levar a máquina para a praia e ontem, mesmo já tendo colocado a crônica no ar, resolvi fotografá-los para trocar a foto.


De repente lá vêm eles com toda pompa e circunstância. Passaram por mim e eu atrás fotografando. Queria uma foto limpa, no descampado com os personagens de frente.

Quando chegaram ao local que me pareceu adequado, o mais gordinho, bravo, gritou de lá: “qual é o problema?”

Não lhe dei atenção e tirei mais uma foto. Nisso o miudinho do meio veio até mim e perguntou por que eu os estava fotografando. Disse-lhe simplesmente que porque eu queria. Insistiu que “fotografar a gente sem avisar não é bom”. Respondi que era bom sim, e dei o papo por encerrado.


Fiquei imaginando o que passa na cabeça dos fulanos para pedirem satisfação a um cidadão que está fotografando na praia. Cheguei à conclusão que é o colete. Basta vesti-lo com os dizeres “prefeitura e fiscalização” para, automaticamente, imaginarem-se “otoridades”.

Como a maioria, são incapazes de entender sua condição de funcionários públicos que existem para servir o público como define o nome da função. E que sua autoridade é para servir e fiscalizar excessos que acontecem como, por exemplo, lixo nas praias, entulhos, metralhas, carros com som nas alturas e tantas outras barbaridades cometidas diuturnamente por aqui.

A bem da verdade eles não tem preparo e treinamento para nada a não ser desfilar de seguranças de coisa nenhuma. Acabei tendo pena deles e mais um pouco de aversão ao sistema que nos achaca com impostos por todos os lados para pagar um funcionalismo inútil, obeso e dispensável.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Eneida e o fiscal.

Aqui em Piedade temos fiscais de praia. Peito estufado, braços meio abertos como se músculos tivessem, andar de atirador de faroeste, coletes da prefeitura com destaque na palavra fiscalização, lá vão eles de lá para cá.

Principalmente nos fins de semana quando a platéia é maior.

Sempre me perguntei que cacete fiscalizam. Os barraqueiros de praia disseram não saber, mas foram unânimes em dizer que sempre bicam uma caninha. Cortesia, naturalmente.

Neste último domingo tomava eu minha cervejinha com a Eneida quando ela me pede para chamar os tais fiscais pois iria reclamar da falta de lixeiras nas barracas o que fazia com que os clientes jogassem seus lixos pela areia.

Eneida tem essa mania. Vêm à praia nos fins de semana e resolve que vai solucionar todos os problemas de Jaboatão, das praias e do prédio em que moro onde ela tem apartamento.

Não se passaram dez minutos e lá vem uma dupla de estufados fiscais. Chamei o que vinha na frente, mais velho de cabelos acaju. Detrás de seus óculos escuros, nem deu bola. Insisti, gesticulando, nada. O de trás, mais jovem se dirigiu a mim: pois não?

Perguntei se seu companheiro era surdo. Respondeu que não, mas que ele andava sempre com um fone do rádio ouvindo música. Pela concentração imagino que ouvisse Tchaikovsky.

Não bastasse essa desatenção, Eneida, que não perde uma oportunidade de deitar regras, resolveu cair de falação para cima do fiscal. Perguntou se não era obrigação dos barraqueiros colocarem lixeiras para as mesas. Disse o jovem que sim.

Continuou, Eneida: “então porque vocês não fiscalizam?” Responde o fiscal: “fiscalizar, fiscalizamos mas são os barraqueiros que tem que ter as lixeiras, nós não temos lixeiras”. Ficamos sem entender se ele sabia o significado de fiscalizar.

Se nesta simples troca de palavras o entendimento do jovem emprumado já estava difícil, Eneida caprichou e concluiu.

Começou explicando o ciclo da poluição: jogam o lixo nas praias, as marés cheias os concentram, os ventos levam o lixo para as ruas, entopem as galerias pluviais e provocam as cheias a que estamos cheios de ver, doenças, dengue, enfim, o caos!

Se o rapaz já havia vacilado na fiscalização imaginem a cara de espanto frente ao ciclo da poluição. Conseguiu dizer um “é verdade” e escafedeu-se.

O mais velho dos cabelos acaju, deveria, agora, estar ouvindo Vivaldi ou, mais provavelmente, a banda da Calcinha Preta.

Calado chegou, calado se foi.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Alavancas!

“Dai-me um ponto de apoio e levantarei a Terra!”

Com essa expressão Arquimedes divulgou sua teoria das alavancas que apoiadas a um ponto fixo multiplicam a força aplicada.

Nascido em Siracusa, na Sicília, em 287 a.C., foi educado em Alexandria, no Egito. De regresso à Siracusa consagrou-se no estudo da Geometria e da Mecânica, conseguindo descobrir princípios e fazer aplicações que o imortalizaram.

No início de março de 1851, no século XIX, Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, presidiu a primeira reunião dos acionistas de seu Banco do Comércio e Indústria do Brasil. Na época, aproveitando-se da ausência de qualquer regulamentação do mercado financeiro, Mauá exercia uma poderosa e arriscada alavancagem.

O estatuto do banco, redigido por ele próprio, permitia fazer empréstimos sobre caução de ações de empresas, inclusive do próprio banco. Assim que integralizou sua parte no capital empenhou ali mesmo os papéis e duplicou o capital. Aplicava em nova empresa e o ciclo sempre repetido gerava uma multiplicação inteiramente baseada em capital de terceiros.

Em 1936, Warren Buffet, aos seis anos, ganhava seus primeiros centavos de dólar vendendo chicletes. E já tinha seus princípios. Lembra-se até hoje de uma cliente que queria comprar uma tirinha de Juicy Fruit. Respondeu-lhe que não dividia os pacotinhos de cinco tiras.

Um dia caiu em suas mãos um livro cujo título o cativou: “One thousand ways to make U$ 1000,00”. Lá pelas tantas aconselhava:”A maneira de começar a ganhar dinheiro é começar. Centenas de milhares de pessoas que gostariam de ganhar muito dinheiro não conseguem porque estão esperando que isso ou aquilo venha a acontecer. Comece!”, mandava o livro.

Em 1940 seu pai levou-o a conhecer Wall Street. Foi quando conheceu Sidney Weinberg sócio sênior do banco de investimentos Goldman Sachs, que ao se despedir perguntou ao menino quais ações ele achava boas. Essa atenção do figurão não foi esquecida.

Hoje, segundo mais rico homem do mundo, em plena crise de liquidez mundial, surpreendeu estendendo a mão em ajuda ao Goldman comprando US$ 5 bilhões em ações do banco.

Durante as últimas três décadas os derivativos financeiros tiveram um crescimento espetacular graças à securitização e à “criatividade” dos bancos que jogavam seus riscos para fora de seus balanços.

De acordo com o BIS, uma espécie de banco central dos bancos centrais, o valor dos contratos no final de 2007 alcançava US$ 600 trilhões, cerca de 10 vezes o PIB mundial, ou seja, os negócios com papéis eram 10 vezes maiores que o conjunto de todos os negócios da economia real!

Neste mês de outubro empresas brasileiras firmaram contratos de derivativos, em que não só buscavam proteção contra variações cambiais, como seus "gênios financeiros" dobraram a aposta especulando que o real não haveria de se desvalorizar acima de R$ 1,80. Tiveram perdas bilionárias.

Em março deste ano o grupo português Teixeira Duarte venceu licitação para compra de uma área de 70 hectares na praia de Porto de Galinhas, a famosa casa do governador de Pernambuco.

Comprometeu-se com um investimento de até R$ 620 milhões na criação de um mega resort. No primeiro semestre o grupo apresentou perdas de R$ 537 milhões por baixas contábeis de seus ativos. Perdeu, simplesmente, um novo resort.

Assim são as alavancas. Algumas levantam o mundo, outras o burro!

sexta-feira, outubro 17, 2008

A vetusta malcriada do PT!

O bom de termos pessoas preconceituosas e politicamente incorretas é podermos analisá-las nos mesmos termos: grosseiros e escrotos. Vou exercer meu direito, com paixão.

Estou falando da Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy.

Filha de Luis Alfredo Smith de Vasconcelos de família aristocrata paulista (filho do terceiro barão de Vasconcelos e neto do conde italiano Alessandro Siciliano) e de Noêmia Fraccalanza casou-se em 1964 com Eduardo Suplicy. Estudou no Colégio Sion, freqüentado pelas elites paulistanas, e formou-se em psicologia pela PUC de São Paulo, nada de especial.

Ganhou visibilidade pública brincando de sexóloga num programa da TV Globo. Tiveram três filhos, o Supla, aquele troglodita travestido de músico, João, meio bobo com cara de Paul Anka e André que deve ser normal, já que anônimo.

Imagine uma filhinha de papai aristocrata circulando pela sociedade paulistana com socialites do Clube Harmonia, gostosinha, meio chegada a uma galinhagem de repente cair nas graças do PT.

Foi o palco ideal para desfilar sua prepotência, arrogância, seu descaso com os outros, sua grossura e seu desrespeito aos cidadãos como se tratasse com gente menor, com “a plebe ignara”, com ligeirezas tipo “relaxa e goza”.

Eleita prefeita de São Paulo chifrou o marido casando-se com um franco argentino Felipe Belisario Wermus, codinome Luis Favre.

Semana passada perdeu, não só pontos no IBOPE, como a compostura lançando dúvidas sobre a vida pessoal de seu oponente à prefeitura de São Paulo. Logo ela rainha dos gays, lésbicas e simpatizantes e com uma vida familiar nada recomendável.

Se o conjunto da obra já era intolerável fica mais ainda detrás de seu bico de botox e incontroláveis piscadas de olhos.

Não conheço o Kassab, mas torço por ele desde criancinha.

quinta-feira, outubro 16, 2008

O pato desafinado!

Vocês devem ter visto um comercial da Vale com nada menos que o João Gilberto cantando.

Figura controvertida, chato profissional, criador de encrencas em seus shows sempre reclamando das condições do som e ar condicionado, entregou-se todo, manso, cordato, cantando a Vale.

Vivemos um mundo de diferenças profundas.

João Gilberto pode reclamar de quem lhe pague alguns milhares. Mas no mundo da Vale milhares e nada é a mesma coisa.

Se para ele não reclamar tem de pagar alguns milhões que seja, não faz a menor diferença. A grande diferença é delimitar a frescura do João.

Definitivamente tudo tem seu preço.

domingo, outubro 12, 2008

Dá para negociar?

Dias atrás consegui uma auto definição que acredito perto da verdade. Sou uma criatura socialmente inviável, culpa somente minha.

Sou intolerante com o ser humano em geral, mas, principalmente, com aqueles que tiveram e tem acesso à informação e à educação e são incapazes de pensamentos mais elaborados que lhes sedimentem valores éticos, morais e de comportamento adequados ao convívio em sociedade.

Vou dar um exemplo ligeiro. No prédio onde moro, resolvemos instalar hidrômetros individuais nos apartamentos buscando a economia de água cujo gasto por aqui é uma exorbitância. Com a conta de água paga pelo condomínio, comprovadamente, o desperdício é enorme. Vazamentos em torneiras são freqüentes e ignorados.

Na medida em que cada um pague pelo seu consumo, como é feito com a energia elétrica, o telefone, a feira, o pãozinho francês, por exemplo, a vigilância contra o desperdício será maior.

Convocada assembléia dos condôminos para propor a solução, só não houve unanimidade por que um casal argumentou que os hidrômetros individuais desvalorizariam os apartamentos. Assim lhes disse um amigo, corretor de imóveis.

Foi então colocado por um dos condôminos que no apartamento do relutante moravam oito pessoas, razão mais que suficiente para desmascarar o casal esperto. O que realmente querem é ter subsídio para que todos paguem por seu consumo a maior do que a média que é de menos de quatro pessoas por apartamento.

O que incomoda mesmo é o fulano pensar que todo o resto da humanidade é imbecil e ele o esperto. Sua equivocada e primária argumentação é uma ofensa e um atestado, no mínimo, de sua tacanhice.

Aos fatos: a Câmara aprovou no último dia 10 de abril o Projeto de Lei 4931/01, do deputado licenciado Alexandre Cardoso (PSB/RJ), que torna obrigatória a instalação de medidor de consumo de água para cada domicílio de condomínios. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, teve a aprovação concluída na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e segue para análise do Senado.

Segundo o autor do projeto, os hidrômetros individuais estimulam a economia de água em média 25%. Ele avalia que a medição coletiva do consumo não estimula, mas "até mesmo inviabiliza os esforços individuais para poupar água".

Em várias cidades do Brasil já existe lei determinando a instalação de hidrômetros individuais.

Em Pernambuco a Companhia Pernambucana de Saneamento, Compesa, quer ampliar a utilização de hidrômetros individuais nos condomínios do Estado para que cada um pague apenas pelo que gastar.

Cláudio Carvalheira, gerente de micromedição da estatal, diz que já existem no estado cerca de 30 mil apartamentos em 1300 edifícios que utilizam a medição individual.

Atualmente, uma lei estadual determina que todos os projetos de prédios novos tenham medidores individuais.

Dei toda essa volta para dizer da minha intolerância para negociar com antas.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Que os miseráveis nos perdoem.

Castel Gandolfo é um município italiano da região do Lácio, província de Roma, com cerca de sete mil habitantes. Estende-se por uma área de 14 km2.

É muito conhecida por ser a localidade onde se situa a residência estival dos papas, um edifício do século XVII, do arquiteto Carlo Maderno, oferecida ao Papa Urbano VIII pela família romana Gandolfo.

Situa-se no alto da colina, às margens do Lago Albano e faz parte dos chamados "Castelos de Roma". Ocupa uma antiga e fértil área vulcânica a qual, desde a antiguidade, permitiu a exploração de uma florescente agricultura, sobretudo de vinhedos. A antiga cratera é ocupada por dois lagos: Nemi e Albano.

Desde o tempo dos romanos, a região foi freqüentada pelos nobres de Roma, devido ao seu clima agradável e mais fresco durante o verão. A tradição foi seguida pelos papas.

Na foto, na sacada frente ao lago Nemi, S.Santidade o papa Bento 16.

Às 17h do último dia 30 de setembro, o Santo Padre finalizou sua estadia nesta residência e se dirigiu a todos os trabalhadores das vilas pontifícias. "Sinto a necessidade de renovar minha gratidão pelo cotidiano e esforçado serviço que oferecem aqui nas Vilas Pontifícias", disse.

"Primeiro agradeço ao Diretor, o doutor Saverio Petrillo, por suas palavras de cortesia e por haver-se feito intérprete, como cada ano, dos sentimentos de todos vós. Passeando pelos lugares das vilas pude apreciar a atenção que põem em seu trabalho. Igualmente sinto a necessidade de agradecer ao pessoal que se dedica com muito esforço na manutenção e cura do Palácio Apostólico", prosseguiu o Papa.

"Dou-me conta, prosseguiu, que minha presença lhes exige com freqüência um pouco mais de esforço, e isto gera não poucos sacrifícios para vós e vossas famílias. Agradeço-vos de coração por vossa generosidade, e peço ao Senhor que vos recompense isso. Que vos assista com sua graça e vos acompanhe com seu amor paterno a vós e aos vossos familiares, e vos peço lhes fazer chegar minha cordial saudação".

Depois de tão emocionado e agradecido falar, partiu para seu palácio no Vaticano a poucos quilômetros dali. Ontem já deitava falação sobre a crise financeira global.

“Vemos agora, no colapso dos grandes bancos, que o dinheiro desaparece, ele não é nada. Quem constrói sua vida sobre as coisas materiais, constrói sua casa sobre a areia. Somente o mundo de Deus é base de toda realidade.”

Descansando em minha rede em minha modesta varanda de Piedade ao som de uma ótima música, beliscando um queijo gruyère e tomando uma cervejinha estupidamente gelada, tive que concordar com o Santo Padre.

Você menino, que cata lixo pelas ruas, tenha fé, Deus há de recompensá-lo! Aleluia!

terça-feira, outubro 07, 2008

Telechope

Raramente os leitores destes Meusditos escrevem comentários. Vez por outra um leitor mais próximo dá ótimas tiradas.

Outro dia fui surpreendido por um belo, criativo e simpático da Olga Bass, que não tenho o prazer de conhecer. Deve ser uma pessoa de agradável trato e divertida e tem um ótimo texto.

Leiam seu comentário no “Meu vereador” e visitem seu blog.

Termina sugerindo um chopinho para um bom bate papo.

Minha cara Olga Bass, estarei hoje no final da tarde tomando uma cervejinha. Como sou mais simpático à distância proponho o primeiro tele happy hour do Brasil.

Eu no meu boteco preferido e você no seu.

Tim, tim !

segunda-feira, outubro 06, 2008

Day after!

Surpreendente Jaboatão dos Guararapes. Quando todos esperavam segundo turno entre André Campos e Elias Gomes, Elias venceu no primeiro e é o novo prefeito.

Não foi o meu candidato, mas não dá para negar que demos um salto de qualidade apreciável.

Apesar de não ser daqui, é dos tais prefeitos profissionais que vão se candidatando em municípios vizinhos, tem currículo.

Foi três vezes prefeito do Cabo de Santo Agostinho, vereador e deputado estadual, administrador de Fernando de Noronha e Secretário de Justiça no segundo governo de Jarbas Vasconcelos.

Se por um lado meu candidato André Campos perdeu, de outro tive uma vitória muito gratificante: o atual prefeito, o senil e populista Newton Carneiro, teve uma derrota fragorosa e espero tenha sido sua despedida da vida pública e, se possível, de sua prole.

Outra boa notícia é a renovação de 15 vereadores num total de 21.

No Recife o esperado. João da Costa venceu no primeiro turno e os de sempre do DEM amargaram mais uma derrota. Consolidou-se a liderança do atual prefeito João Paulo no PT e em Pernambuco.

O tal Cadoca, como previ, despencou com sua presunção e quase empatou em votos com o candidato do PSOL. Cria de Jarbas Vasconcelos rebelou-se e renegou o criador, crente que tinha vida política própria. Esborrachou-se.

Para terminar, meu candidato a vereador em Jaboatão, Nonato, o cabeleireiro, volta ao comando de seu salão e para o aconchego da família.

sábado, outubro 04, 2008

Meu vereador

Resolvi votar no Nonato cabeleireiro para vereador da gloriosa cidade de Jaboatão dos Guararapes.

Estava em dúvida entre vários. Acontece que encontro o Nonato diariamente. Seu salão é ao lado do Piedade Chopp que freqüento com prazerosa regularidade.

É um jovem senhor de Ouricuri no sertão pernambucano que desde sempre foi cabeleireiro.

Foi para Guarulhos em São Paulo, rapazola ainda, para aprender a profissão. Por que Guarulhos não me perguntem, não sei.

Voltando à Jaboatão foi trabalhar com seu tio, também cabeleireiro. Depois comprou o salão onde trabalha até hoje.

Relutei em considerar a possibilidade de votar nele. Penso que se deve buscar a melhor opção sempre ou a menos pior.

Acontece que nem a menos pior existe em Jaboatão. Os vereadores daqui são lastimáveis e, se não forem, são hostilizados pelos lastimáveis, o que dificulta seus trabalhos.

Aliás, os parlamentos federais, estaduais e municipais cada dia mais têm menos significância. Não vale a pena queimar pestanas em busca de um candidato que, se eleito, vai aderir ao executivo. Nonato é da coligação do meu candidato a prefeito, André Campos. Eleito, não precisará aderir, já está lá.

Como sou um cara observador reparei na boa educação do Nonato e, principalmente, na de seus três filhos. Mais que educados são atenciosos, cordiais, e carinhosos com os pais. Não há melhor currículo.

Nonato não sabe, mas foi aí que ganhou meu voto. Se no mundo atual, em Jaboatão, Nonato, de origem humilde, consegue ter uma família unida, educada e respeitosa, certamente será um vereador acima da média.

Tomara que se eleja!

quinta-feira, outubro 02, 2008

Dia do idoso

Fiquei frustrado. Ontem, dia do idoso, não recebi nenhum telefonema dos meus entes queridos me parabenizando por estar vivo. Que baita falta de consideração!

Esperei até a tarde e nada. Resolvi, então, sair e buscar vingança. Procurei por filas. Comecei pela lotérica aqui perto que vive lotada. Cheguei, encostei, olhei a fila e galhardamente furei-a, cheio de direitos. Sucesso, ninguém reclamou o que não deixa de ser uma homenagem.

Foi tudo tão rápido que não me satisfiz. Fui ao banco. Nunca vou ao banco, somente vou para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos. Mas não ontem. Resolvi sacar no caixa da agência. Olhei a fila, encostei e furei-a. Maravilha. Ouvi alguns muxoxos, leves, que encarei como elogios enrustidos.

Já quase gratificado fui tomar um chope no bar da esquina. Tenho lá um lugar preferido que ontem para meu gáudio estava ocupado por um forasteiro. Encostei e gentilmente pedi que, por favor, mudasse de lugar por que aquele era meu por tradição e idade. “Pois não, senhor” e mudou-se. Foi a glória!

Satisfeito, tomei um chopinho e voltei para casa para ouvir minhas músicas, MPB de primeira como merece um sessentão.

Dormi pleno e em paz.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Bushit!

Tá bom, já entendi, o mundo quebrou.

Descobre-se que umas entidades não regulamentadas agiram como se bancos de investimento fossem e alavancaram investimentos 30, 40 vezes seu patrimônio.

De repente o fulaninho deixa de pagar sua hipoteca que garantia títulos transformados em outros títulos que se transformaram em outros títulos e que ninguém mais sabia quem comprou quem vendeu e quem garantiu.

A casa veio abaixo. Uma casa puxa a outra, a confiança no mercado vai prás cucuias e acontece o pior, o tal problema sistêmico, o famoso castelo de cartas que desmorona. Até aí tudo bem. Tudo bem um cacete, tudo mal.

Como sou paranóico e costumo ler as pequenas notas acho que o pior está por vir. A economia real vai entrar em depressão.

As siderúrgicas chinesas ensaiam e aplicam calotes nas exportadoras de minério. O Citi, mesmo desmoralizado, rebaixa a expectativa de lucro da Vale. O preço do petróleo cai e a Petrobrás entra em alerta.

A PDVSA que já relutava na parceria com a Petrobrás em Suape, agora que vai mesmo correr da raia, apesar de assinada carta de intenção, ontem. O que não deixa de ser ótimo. Podia também levar junto o grande bufão Chavez ladeira abaixo.

O crédito aperta, os financiamentos de carro recuam, as montadoras revêem sua produção para baixo, os financiamentos da casa própria escasseiam, as construtoras recolhem o pé e por ai vamos. Vamos, não, íamos. Para qualquer lugar que fôssemos acho bom repensar e guardar uns trocados.

O Lula tem razão. Esses gringos, a começar pelo Bushit, são uma merda, mesmo!